Por SELES NAFES
O conflito entre o Santos-AP e a direção da Federação Amapaense de Futebol (FAF) escalou a outro patamar após a suspensão do clube das competições, em punição pelo fato de o Peixe ter buscado a justiça comum para questionar a reeleição de Roberto Góes, ocorrida em janeiro de 2022. O Santos divulgou uma nota reafirmando irregularidades e acusando o presidente de transformar a federação numa capitania hereditária.
Capitanias foram os modelos que antecederam a criação dos estados brasileiros durante a colonização portuguesa. Os governos regionais eram chamados de capitanias hereditárias porque passavam de pai para filho. A federação vem sendo dirigida por Netto Góes, filho de Roberto Góes, que está licenciado. Ele também é deputado estadual pelo UB.
Ontem (23), o Santos foi suspenso pela FAF com base no Artigo 90 do estatuto interno, que prevê até a desfiliação de clubes que busquem a justiça comum antes de esgotadas as instâncias da justiça desportiva. A FAF também disse seguir o entendimento da CBF de que decisões da justiça comum seria interferências externas.
Na semana passada, uma liminar requerida pelo Santos chegou a afastar a diretoria por dois dias. O Peixe alega falta de publicidade do edital das eleições, votos de clubes irregulares e que o estatuto permite a recondução do presidente apenas uma vez, e não cinco. O desembargador Carlos Tork suspendeu a liminar por entender que a eleição ocorreu há dois anos e não há urgência em resolver o litígio.
“É necessário esclarecer a população amapaense e a toda torcida do futebol, que essas pessoas tornaram a federação em uma capitania hereditária, de pai, filho e agregados e prova nesta atitude autoritária e ditatorial que se acham os donos do futebol do Amapá, que hoje se encontra em último no ranking da CBF, além de receberem salários maiores que o presidente da República”, disparou o Santos na nota.
O presidente licenciado Roberto Góes (UB) foi procurado pelo Portal SN e ficou de se posicionar sobre a nota. O comentário, se vier, será colocado neste espaço.
“Por fim, o Santos futebol clube vem deixar bem claro que não cederemos aos desmandos e tirania de ditadores que se acham acima do bem e do mal, e transformam os filiados como seus paus mandados em troca de benesses muitas vezes políticas. Vamos continuar em busca do nosso direito legal”.