Preço do açaí dispara em Macapá

Saca do fruto chega a custar R$ 380 na Rampa do Açaí, no Bairro Araxá
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Por IAGO FONSECA

O açaí, fruto mais consumido da Amazônia e base alimentar de muitos amapaenses teve um salto de preço para o consumidor final nos últimos dias. Quem vai até uma batedeira encontra o litro do produto com valores médios de R$ 20, por conta do aumento das chuvas e redução da produção nas ilhas do Pará.

Em Macapá, desde o Natal, os preços variam entre R$ 16 e R$ 25. No auge da sagra, esse valor chega a cair para baixo de R$ 10.

Cerca de 95% do açaí comercializado no estado vem das ilhas paraenses, por isso, o período de entressafra nas localidades também é um dos fatores para a alta dos preços. Como a oferta não supre a demanda, a saca de 12 a 13 quilos tem chegado na Rampa do Açaí, no Araxá, ao preço de até R$ 380. Em períodos normais, a saca custa R$ 160.

O período de alta nos preços se estende do pós-colheita até o início de uma nova safra. O aumento foi gradual desde novembro, de acordo com a gerente de uma batedeira no Bairro Buritizal, Tainara Cristina. Ela explicou que, para equilibrar o preço e não perder a clientela, tiveram que definir a R$ 18 o litro.

A saca de 12 a 13 quilos tem chegado a R$ 380 na Rampa do Açaí

Tainara Cristiane, gerente de batedeira. Fotos: Iago Fonseca

Segundo empreendedores do ramo, preços começaram a aumentar no começo de dezembro

“Sem o açaí não temos venda, então, como aumenta o preço do fornecedor, a revenda aumenta junto, mas precisamos deixar o cliente satisfeito com o preço, para que mesmo que seja alto para o cliente ele fique satisfeito com o preço. Provavelmente vai baixar a partir de março”, revelou a gerente.

De acordo com Antônio Alves, presidente da Associação de Batedores de Açaí do Amapá, as chuvas impactam diretamente na colheita, que dificulta os peconheiros de subir nos açaizeiros. No Amapá, a demanda de aproximadamente 5 mil batedeiras de açaí seria suprida com o emprego de 2 mil profissionais pecunheiros.

“Quem produz está realmente com a produção baixa e quem realmente consome hoje está sentindo esse impacto, porque o Amapá produz só 5% do açaí que é consumido. Dependemos muito da agenda do Pará e isso faz com que o preço do açaí fique mais caro. Precisamos de um investimento, apoio e incentivo para a produção local para suprir essa necessidade”, explicou Antônio.

95% do consumo do amapaense depende do que chega do Pará

O preço mais barato em Macapá foi de R$16

Antônio Alves, presidente da Associação dos Batedores de Açaí do Amapá

Cadastro de produtores

A associação abriu um cadastro para mapear os produtores amapaenses e criar uma rede de profissionais que possuem mais de uma profissão, para reforçar as rendas dos associados. Produtores podem se cadastrar NESTE LINK.

“Às vezes, alguém precisa de um eletricista, um encanador, e vamos buscar fora. Com o banco de dados, podemos ajudar quem está dentro do segmento do açaí e gerar renda extra para essas pessoas”, concluiu Antônio.

Seles Nafes
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