Desabrigados são transferidos para ginásio

Cinco famílias ainda estão acolhidas no Ginásio Avertino Ramos, para onde as doações são levadas.
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Por IAGO FONSECA

Cinco famílias abrigadas na escola estadual Reinaldo Damasceno, após terem suas casas alagadas na última semana, foram transferidas para o Ginásio Avertino Ramos, na zona central de Macapá, na tarde desta segunda-feira (19).

A escola chegou a abrigar 69 núcleos familiares no ápice da situação de emergência na capital, mas a maioria das famílias acolhidas pela Assistência Social do Estado retornou para voluntariamente depois que análise da Defesa Civil concluiu que as áreas estão fora de risco.

As famílias que retornaram às suas moradias receberam kits de dormitório com colchões e lençóis, kits alimentação com 43 kg de alimentos, produtos de limpeza e higiene.

É o caso de Regina Andrade, de 38 anos. Moradora do Santa Rita, ela conta que perdeu tudo e após a casa, em área de pontes, ser engolida pela água da área de ressaca. Com três filhos, ela aguarda a melhora da saúde do caçula para voltar para casa.

Regina será transferida para o ginásio e, posteriormente, para sua casa

“Perdi tudo, foi televisão, geladeira, fogão, cama, guarda-roupa. A Defesa Civil foi lá e verificou, agora vão me dar o kit de alimentação, o kit de limpeza que é para me limpar a casa, e os colchões. Aí, eles ficaram de me arrumar alguns itens de doação, eu queria mais mesmo era a geladeira, o fogão e um ventilador para os meus filhos. Naquele dia fiquei em pânico e acho que vou ter que fazer um acompanhamento psicológico”, revela a mãe.

As famílias são enviadas às suas casas através de um transporte da Defesa Civil e são adicionadas ao cadastro do aluguel social e habitacional se necessário, de acordo com Margleide Alfaia, coordenadora de proteção social do Amapá. 

Além disso, em alguns casos específicos de perda dos eletrodomésticos, é realizado um levantamento pelas assistentes sociais para a realização das doações que foram recebidas pela população e iniciativa privada.

Cestas básicas foram doadas para famílias atingidas. Foto: Iago Fonseca

Denise Araújo: “A gente torce pela limpeza do canal, minha filha perdeu tudo também”

O novo ponto de acolhimento no ginásio conta com dois alojamentos para dormitórios. O local também é a central de recebimento de doações de colchões, lençóis, roupas, calçados e brinquedos.

A mudança foi definida pelo Governo do Amapá após considerar que a escola passa pelos preparativos de volta às aulas. Segundo dados do governo, mais de 1 mil famílias foram atendidas nos programas sociais “Acolher Amapá” e “Amapá Sem Fome”.

Moradores de área de ponte no Nova Esperança aproveitam o sol para secar colchões

Ainda durante a semana, 218 famílias foram atendidas em suas próprias residências, como a autônoma Denise Araújo, de 50 anos. Moradora de uma área de pontes no Bairro Nova Esperança, ela afirma que nunca viu a água subir tanto em 35 anos que mora na região.

“Fizeram nosso cadastro na sexta-feira e eu recebi uma cesta básica. Nós temos nossa casa própria e a gente passa por uma situação dessa que perde tudo, se eu mexer no meu guarda-roupa vai desabar. A gente torce pela limpeza do canal, minha filha perdeu tudo também”, finaliza Denise.

Seles Nafes
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