“É uma zona de perigo”, diz aluna da Unifap sobre assaltos nas paradas

Segundo alunos e professores, assaltos a mão armada acontecem constantemente à luz do dia.
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Por ANITA FLEXA

Alvos de assaltos constantes, estudantes, servidores e pessoas que dependem do transporte público para chegar e sair do campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá (Unifap), na zona sul de Macapá, vivem sobressaltados.

Propagado pela onda de violência nas paradas de ônibus em frente à Universidade Federal e ao Hospital Sarah Kubitschek, o número de assaltos não é novidade para as vítimas – e nem para autoridades da segurança pública.

Uma dessas vítimas, a acadêmica de Letras, Paula Tenório, teve o celular roubado durante a abordagem dos bandidos.

“Eu tinha ido pra parada de ônibus mais cedo, e quando cheguei lá, junto com minhas amigas, puxei o celular para ver a hora. No mesmo instante parou uma moto com dois homens. Eles apontaram uma arma de fogo e anunciaram o assalto. Levaram os nossos celulares. Até hoje eu tenho muito medo de que aconteça de novo, não consigo mais ir para a parada sozinha, e tenho medo de ficar muito tempo por lá, já que além de não ter fiscalização, tem a falta de iluminação e a demora do ônibus. É uma zona de perigo constante”, disse a estudante.

Ana Paula Arruda é professora do colegiado de Letras. Ela relata que os crimes acontecem há bastante tempo e diversas vezes por mês.

Tensão no final da tarde aumenta. Fotos: Anita Flexa

“Tem assalto todos os meses e às vezes mais de um. Para você ter uma ideia, no grupo de professores de letras, eles sempre colocam que houve um arrastão. E todo mês tem assalto. E como eu lhe falei, às vezes dois, três assaltos no mesmo mês”.

Durante a entrevista, a educadora se emocionou ao falar dos traumas que seus alunos colecionam por conta da violência, sobretudo porque são mulheres e com difícil condição financeira.

“São meninas, na maioria, carentes, né? E que estão ali com o seu material que lutaram muito para conseguir. Até me emociono, porque realmente corta coração, sabe? É muito triste, tá muito difícil, a gente vive com medo pelos alunos”, lamentou.

Perigos está nas paradas da Unifap …

… e do lado do Hospital Sarah Kubitschek

Segurança pública

Segundo o major Anderson Castro de Souza, comandante em exercício do Batalhão de Força Tática, a PM do Amapá tem reforçado o policiamento com operações, não somente no entorno da Unifap, mas na maioria dos pontos de ônibus da capital, principalmente no período noturno.

Entretanto, ele afirma que um dos principais problemas para o monitoramento da segurança é a falta de iluminação pública.

“Através do policiamento escolar e policiamento comunitário, nós reforçamos as medidas de segurança. Macapá, hoje, está passando por uma troca de luminárias e estão colocando lâmpadas LED, que vai ajudar bastante. Porém, a maior parte da cidade ainda está um pouco escura, então, a gente precisa que as ruas estejam iluminadas, os pontos de ônibus estejam iluminados para não favorecer o crime. Mas há algum tempo, a PM vem priorizando o policiamento, principalmente no horário de saída das universidades e escolas no período noturno”, garantiu o oficial.

Seles Nafes
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