Mesmo com alta de casos, Amapá não é prioridade de vacinação

Quatro municípios lideram surto no estado: Macapá, Oiapoque, Laranjal do Jari e Tartarugalzinho.
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Por IAGO FONSECA

Com mais de 2,4 mil casos notificados – com prováveis 1,8 mil confirmações –, o Amapá ainda não tem previsão para adquirir a vacina contra a dengue, distribuída pelo Governo Federal.

Em fevereiro, o estado decretou emergência no município de Oiapoque, a 590 km de Macapá, após um óbito. Junto com a capital, Laranjal do Jari e Tartarugalzinho também lideram casos.

O Amapá tem iniciado tratativas para trazer o imunizante, mas produção não é rápida o suficiente para a demanda continental do país, de acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).

“Tivemos, duas semanas atrás, uma reunião com o doutor Eder Gatti, do Programa Nacional de Imunização, junto com o deputado Dorinaldo Malafaia, para vermos a possibilidade de uma resposta sobre a importância epidemiológica da vacina no estado”, afirma o superintendente da SVS, Cássio Peterka.

Os municípios recebem ações de limpeza, borrifação de inseticida

O Amapá não entrou no grupo de estados beneficiados pelo imunizante por não atender requisitos de prioridade, como não ter registro suficiente de casos de dengue nos últimos dez anos no Sistema de Informação de Notificação de Agravos Compulsórios, o Sinan, do Ministério da Saúde.

“Não é que a gente vá conseguir trazer a vacina nesse momento, não temos ainda registros históricos que viabilizem uma priorização, mas a situação epidemiológica daqui da população do Amapá tem sido levada ao Ministério da Saúde para que eles olhem para a gente também como um campo especial de estudos”, continua o superintendente.

Campanhas educativas estão sendo promovidas nos municípios

Circulam no estado três variantes do vírus da dengue. Até 26 de fevereiro, Oiapoque registrou 321 casos, enquanto Macapá confirmou 100, Laranjal do Jari 34 e Tartarugalzinho 32. A SVS informou que em breve lançará um boletim atualizado.

Os municípios recebem ações de limpeza, borrifação de inseticida – o fumacê, bem como campanhas de prevenção para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que além da dengue também é vetor de outras doenças graves como febre amarela, febre zica e chikungunya.

Cássio Peterka, superintendente da SVS. Foto: Iago Fonseca

“É importante não deixar a água parada. As larvas do mosquito sobrevivem até um ano mesmo após a retirada da água do recipiente. Quando ele entra em contato com a água novamente, dá início ao novo ciclo do mosquito. É mais importante tratar antes do mosquito nascer, então é fundamental que se tire 10 minutos por semana para ver o quintal de casa, avaliar a calha, o telhado, se tem algum recipiente guardando água”, conclui o superintendente.

Seles Nafes
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