Por SELES NAFES
Dos 11 vereadores de Mazagão, cidade da região metropolitana de Macapá, até agora apenas um entendeu que é preciso um posicionamento da Câmara Municipal diante da avalanche de denúncias de corrupção na gestão Dudão Costa (União). Ontem (11) o MP voltou a pedir que a justiça afaste o prefeito do cargo.
Esta semana, o vereador Binho Oliveira (PSD) apresentou um requerimento à mesa diretora da Câmara, sem assinaturas de colegas, onde solicita a criação de uma comissão especial para acompanhar as investigações do Ministério Público do Estado.
“Esse inquérito já tem mais de 200 páginas e é necessário que a Câmara se manifeste. Mas o nosso jurídico tem avaliado que ainda não há um processo individual (para cada investigado), por isso a Câmara não poderia se manifestar”, explicou o parlamentar.
No entanto, o vereador entende que a Câmara tem responsabilidade e independência para tomar providências paralelas ao MP.
“Tem sua autonomia e pode criar uma comissão para apurar as denúncias. Temos a boa vontade de acertar e nesse sentido o requerimento foi bem acolhido”, avalia.
No último dia 2, o Gaeco e forças policiais do Amapá cumpriram 85 mandados de busca e apreensão emitidos pelo Tribunal de Justiça contra alvos da prefeitura, entre eles o prefeito Dudão Costa. As denúncias são de fraudes em licitações para a contratação de empresas de laranjas com o objetivo de desviar recursos.
Segundo o MP, mais de R$ 200 milhões teriam passado pelas contas dos investigados, incluindo do prefeito, sobrinhos dele, secretários e servidores do alto escalão.
Ontem, Dudão demitiu todos os envolvidos nas investigações, numa tentativa de baixar a fervura da crise e melhorar a imagem pública dele.
A justiça ainda analisa o pedido do MP para que ele seja afastado, sob suspeita de obstruir as investigações com destruição de provas.
O requerimento do vereador Binho Oliveira tem previsão de ser votado na quinta-feira da semana que vem (18). Segundo o próprio vereador, hoje é impossível saber o tamanho da bancada governista na Câmara.
“Oscila bastante”, diz ele.