Dudão demite todos os envolvidos na ‘Cartas Marcadas’, menos ele

Acusado de comandar o desvio de recursos, prefeito decidiu se livrar de todos os secretários investigados
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Por SELES NAFES

O prefeito de Mazagão, Dudão Costa (União), foi o único que restou da equipe que vinha governando a cidade nos últimos anos. Nesta quarta-feira (10), ele publicou portaria exonerando todos os que foram alvos da Operação Cartas Marcadas, numa ampliação da estratégia que ele já vinha adotando para baixar a temperatura da crise.

A operação, deflagrada pelo Gaeco (Ministério Público do Amapá) no último dia 2 de abril, cumpriu nada menos que 85 mandados de busca e apreensão. O inquérito apura fraudes em licitações para contratar empresas de laranjas criadas com a participação de servidores do alto escalão e parentes do prefeito.

De acordo com o MP, o esquema teria movimentado mais de R$ 200 milhões nas contas dos investigados. Dudão é apontado pelo Gaeco como um dos principais beneficiários do esquema que consistia em não concluir obras e serviços, apesar dos pagamentos realizados pela prefeitura.  

No início da semana, ele demitiu o secretário de Infraestrutura e o presidente da Comissão de Licitação. Hoje, foi a vez dos secretários de Finanças, Administração, Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, Previdência (MazagãoPrev), Instituto de Meio Ambiente e Instituto de Desenvolvimento, além do presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Educação. Todos foram citados pelo Gaeco no relatório que embasou os pedidos de busca e apreensão.

A portaria foi assinada ontem (9), mas publicada hoje. O texto que justifica as exonerações cita as investigações do Gaeco e a operação, mas não traz nomes específicos dos exonerados.

Numa espécie de combo, o texto deixa claro que todos os secretários e fiscais de contratos estão exonerados. Além disso, todos os funcionários de contratos administrativos que foram alvos terão os vínculos trabalhistas suspensos por 90 dias. LEIA AQUI A PORTARIA

Os empresários investigados também não poderão ter acesso a nenhum dos contratos assinados com a prefeitura. Dudão segue em silêncio sobre a operação. Até agora, a prefeitura publicou apenas uma nota genérica onde não aborda nenhuma das acusações feitas pelo MP.

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