Expectativa do petróleo aumenta disputa política em Oiapoque

Cenário é alimentado pela proximidade da campanha eleitoral e possível mudança da matriz econômica da região
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Por HUMBERTO BAÍA, de Oiapoque

No extremo norte do Amapá, a cidade de Oiapoque emerge como palco de uma acirrada batalha política, na medida em que as eleições se aproximam e aumenta a expectativa pela exploração de petróleo e gás na costa do Estado. Alguns nomes já se posicionaram publicamente na disputa. 

No último pleito municipal, a corrida eleitoral foi marcada por uma diferença ínfima de votos, com o atual prefeito Breno Almeida (PRTB) emergindo como vencedor por uma margem de apenas três votos.

No entanto, ele acabou envolvido em escândalos e até em prisão e afastamento do mandato, gerando dúvidas sobre sua gestão e futuro político. Apesar disso, Breno Almeida mantém uma base sólida de apoio e está determinado a buscar a reeleição.

Entre os concorrentes está a rival dele em 2020, que perdeu a reeleição por apenas três votos. Maria Orlanda Marques Garcia (PSDB) é uma figura controversa que já ocupou diversos cargos políticos na cidade. Apesar de ter sido afastada do cargo de prefeita devido a escândalos de corrupção, ela quase foi reeleita e retorna à arena política prometendo uma gestão mais transparente.

Outro candidato em destaque é Charles Correia (PSB), um delegado de polícia com uma longa carreira de serviço público. Ele é reconhecido como um policial dedicado à segurança na fronteira, criou a Corrida Brasil França e tem prestígio na comunidade e até nas forças de segurança francesas. Contudo, enfrenta desafios em separar sua imagem de policial e de político.

Além disso, a falta de residência permanente em Oiapoque (é do Rio de Janeiro) é vista como uma barreira para conquistar a confiança dos eleitores.

Breno Almeida se envolveu em escândalos, mas continua tendo forte base eleitoral. Foto: Reprodução

Delegado Charles Correa durante filiação no PSB. Fotos: Arquivo Foto: Divulgação

O vereador Marcelo Martins (União) emerge como uma figura proeminente, caracterizando-se por sua postura desafiadora em relação ao atual gestor municipal. Com um histórico como professor e ex-presidente da Câmara, Martins tem procurado fazer um contraponto incisivo à administração em vigor.

Além disso, tem forte apoio político. É aliado dos senadores Davi Alcolumbre (União) e Lucas Barreto (PSD). Martins consolidou sua posição como uma voz de oposição articulada e determinada, buscando não apenas questionar, mas também propor alternativas e soluções para os desafios enfrentados pela cidade.

Maria Orlanda perdeu a reeleição por apenas 3 votos de diferença em 2020

Ex-presidente da Câmara de Oiapoque, Marcelo Martins, tem procurado liderar a oposição

Candidatos potenciais

Outros nomes surgem como candidaturas potenciais, como Arthur do Areal, Joacy Rabêlo e o deputado Delegado Inácio (PDT). A promessa de desenvolvimento econômico através da exploração de recursos naturais coloca Oiapoque no centro das atenções políticas, aumentando a pressão sobre os candidatos para apresentarem propostas viáveis e convincentes para o futuro da cidade. O município fica a 590 quilômetros da capital Macapá, possui 30 mil habitantes e é singular por ser o único no Brasil a fazer fronteira com a União Europeia, delimitando-se com a Guiana Francesa.

À medida que as alianças políticas se formam e os candidatos intensificam suas pré-campanhas, Oiapoque se prepara para uma eleição histórica, onde cada voto pode fazer a diferença.

Os desafios são muitos, mas as oportunidades também são vastas. Resta aos eleitores discernir entre os diferentes candidatos e decidir quem melhor representa seus interesses e aspirações para o futuro desta cidade singular no extremo norte do Brasil.

Seles Nafes
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