Os esquecidos: grupo de servidores de PMM tem salários congelados há 25 anos

Mais de 500 servidores de categorias ‘extintas’ da prefeitura de Macapá trabalham desviados de função e sem progressões há décadas
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Por ANITA FLEXA

O serviço público é uma das funções mais almejadas pelos trabalhadores que buscam estabilidade, mas não tem sido assim há muito tempo para um grupo de servidores das chamadas ‘categorias extintas’ da prefeitura de Macapá. Sem progressões funcionais há 25 anos, eles viram seus salários definharem.

Hoje, cerca de 500 deles estão trabalhando ‘espalhados’ em desviados de função em órgãos da Secretaria Municipal de Saúde.

“Somos merendeiros, arquivistas, operadores de computadores que exercem funções diferentes das quais prestamos concurso. Todo esse tempo nunca recebemos reajuste salarial. Nós estamos angustiados, agoniados, nós não aceitamos esse tipo de coisa mais. Um pai de família que ganha um salário mínimo, que paga energia, que paga água, que tem filho, não dá”, desabafa Gefferson Jackson Soares, que atua numa UBS na zona oeste.

Sem reajuste e progressões, os servidores hoje recebem salário mínimo. Eles alegam que nunca houve atualização do Plano de Cargos e Carreira Remunerado (PCCR) e reivindicam as progressões de direito. 

“Amigo nosso morreu esperando. Morreu lutando”. Fotos: Anita Flexa

Prefeitura de Macapá não se manifestou sobre o assunto

“Hoje de manhã, um amigo nosso, que também lutava por seus direitos morreu. Morreu lutando, ele adoeceu de tanto esperar que a providência fosse tomada, ninguém escuta a gente”, afirma Adalberto Raio Picanço.

“Na época da COVID, eu adoeci muitas vezes e tive que pedir dinheiro emprestado de terceiros para poder sustentar a minha família. Não dá pra viver assim, vivendo com tão pouco. Nós queremos o nosso Plano de Cargos, nosso auxílio-jaleco e 30% de insalubridade, porque somos linha de frente da saúde”, afirma Adalberto Raiol Picanço.

Um grupo representando os 500 funcionários se reuniu na frente da Secretaria de Gestão da Prefeitura para compartilhar com a sociedade o drama que vivem há décadas. O objetivo é conseguir também uma audiência com o prefeito de Macapá, Dr Furlan (MDB), além do compromisso de uma revisão de suas situações.

“O auxiliar de artífice, jardinagem, que é o nosso caso, foi esquecido. Hoje, para se ter uma ideia, o auxiliar de artífice na educação está com um salário base de 3 mil e na saúde a gente continua ganhando em torno de um salário mínimo. Eis aí a nossa indignação com a Prefeitura de Macapá”, afirma Daniel Magno, artífice da secretaria de Saúde de Macapá.

O Portal SelesNafes.Com entrou em contato com a assessoria da prefeitura de Macapá, que não houve resposta até o fechamento desta reportagem.

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