Por SELES NAFES
Quem visita pela primeira vez o município a Amapá, a 310 km de Macapá, logo ouve falar que a cidade sediou uma base militar norte-americana durante a 2ª Guerra Mundial. Mas, ao chegar no local (que oficialmente é um museu a céu aberto do estado), a curiosidade e o fascínio se transformam em decepção.
Em 1º de setembro de 1945, quando terminou o conflito, a Base Aérea de Amapá começou a ser desativada, depois de quatro anos dando suporte aos dirigíveis americanos que vigiavam este trecho da Amazônia, de olho na fronteira natural com a Europa (Guiana Francesa). É importante lembrar que a França estava ocupada pelos nazistas.
Moradores mais antigos de Amapá têm lembranças da imensa fila de veículos militares abandonados na pequena estrada de acesso, logo após a partida dos americanos. Com o passar dos anos, foram depenados com as peças sendo comercializadas em Macapá.
Outros veículos acabaram sendo levados pelos próprios moradores de volta para o terreno da antiga base, e foram esquecidos por lá junto com tratores, geradores de energia e outros caminhões. Ainda é possível ver, no meio do matagal, um dos pontos onde os dirigíveis atracavam.
A pista de pouso que recebia aviões de reconhecimento e bombardeios continua intacta.
Objetos menores deixados pelos militares, como capacetes, máquinas de escrever, cantis e até binóculos foram parar nas mãos de colecionadores, conforme o Portal SN já mostrou.
Essa riqueza histórica, que ainda tem todos os ingredientes para ser um grande produto turístico e um atrativo para o município de Amapá, continua esquecida, debaixo de sol e chuva.
Na Base Aérea de Amapá, o esquecimento e a resistência do metal são testados em alto nível. No próximo dia 1º de setembro, o fim da 2ª Guerra Mundial completará 80 anos.