Vereadores querem revogar título de Cidadã Macapaense de Michele Bolsonaro

Dudu Tavares (PDT) criticou forma como votação ocorreu; parlamentares disseram que votaram sem saber
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Por SELES NAFES

Vereadores de Macapá criaram uma polêmica interna minutos depois de terem aprovado o título de Cidadã Macapaense à ex-primeira-dama do Brasil, Michele Bolsonaro, nesta quinta-feira (18). Um grupo se movimenta para anular o decreto legislativo depois que o vereador Dudu Tavares Dudu Tavares (PDT) revelou a intenção de pedir a revogação e de criticar a forma como a honraria foi concedida.

O título de Cidadã Macapaense, a maior honraria de Macapá, foi aprovado a partir de proposta do ex-vereador Karlyson Rebouça (PRTB), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) na semana passada. O partido dele fraudou candidaturas femininas nas eleições de 2020, para simular que estava obedecendo a cota de gênero.

Só que antes de deixar o mandato, o político bolsonarista deixou o projeto do título a Michele Bolsonaro escondido num pacote de propostas que foram votadas em bloco, ou seja, de forma coletiva, sem nenhum tipo de debate individualizado. Na semana passada, a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em Macapá para um evento partidário, na primeira visita dela ao estado.

Para o vereador Dudu Tavares (PDT), o episódio prova que o título de Cidadão Macapaense tem sido banalizado e usado indevidamente, graças à fragilidade do Regimento Interno.

“O título é dado a pessoas que não têm relação alguma com a nossa sociedade, que não viveu as agruras do povo amapaense. O nosso regimento é mais do que defasado. Um projeto de decreto legislativo que garante a maior honraria, que é se tornar um Cidadão Macapaense, não pode ser votado em bloco. Precisamos trazer para o debate do quórum qualificado”, disse ele.

Em Macapá, Michele Bolsonaro participou do PL Mulher. Foto: Ascom PL

Vereadores que votaram em bloco também se manifestaram, afirmando que votaram sem saber que entre os títulos estava o de Michele Bolsonaro.

Os parlamentares Daniel Theodoro e Claudiomar Rosa, ambos do Psol, criticaram a forma de votação e fizeram o mea culpa.

“Quem conhece a minha ideologia sabe. Passou despercebido e peço perdão”.

A vereadora Adriana Ramos (PSC) e Allan Ramalho (PSB) disseram que foram levados ao erro pelo novo sistema da Câmara, que não teria informado com clareza as proposituras que estavam sendo votadas. Janete Capiberibe também criticou.

O presidente Marcelo Dias, no entanto, deixou claro que o decreto já foi aprovado. Dudu Tavares adiantou que pedirá a revogação do título na semana que vem, e que espera ter apoio dos colegas. 

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