Após abandono, Semsa diz que tem projeto para reutilizar usina de oxigênio

Após denúncia de equipamento depredado, tapume foi colocado na frente da usina.
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Por IAGO FONSECA

A usina de oxigênio abandonada e saqueada no antigo Centro Covid, no Bairro Santa Inês, em Macapá, foi coberta por tapumes pela prefeitura de Macapá, para evitar olhares curiosos e maior depredação do equipamento, avaliado em R$ 1,2 milhão. Um projeto de realocação para a UBS Marcelo Cândia, na zona norte, está em licitação, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

A usina foi doada ao Amapá e cedida ao município de Macapá durante a pandemia de Covid-19, em 2021, a pedido do senador Davi Alcolumbre (União). Em outubro do ano seguinte, a unidade que tratava casos de covid-19, improvisada na quadra poliesportiva do Bairro Santa Inês, foi desativada pela Semsa.

O Portal SN revelou o estado de abandono do equipamento de duas toneladas em reportagem veiculada na quarta-feira (8). Com o abandono, a usina sofreu furtos de fiações internas e cabos de energia externa. Cobertas de poeira, as estruturas não apresentam condições adequadas para uso, entretanto, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que o equipamento opera mesmo sem conexão com a eletricidade externa.

Até ontem, o equiepamento podia ser facilmente visto. Fotos: Iago Fonseca

Painéis eletrônicos danificados …

… fios elétricos …

… foram arrancados

A usina será transferida para a Unidade Básica de Saúde Marcelo Cândia, na zona norte da capital, por ter consumo de 56 metros cúbicos de oxigênio mensais. A ideia é dar suporte aos pacientes que utilizam cilindros de oxigênio em casa, porém, o equipamento não pode ser removido pela prefeitura, segundo a secretária municipal de Saúde, Erica Aymoré.

“Nós iniciamos o processo de remoção da usina, mas não pode ser removida de qualquer forma. Existe uma empresa exclusiva para fazer esse processo, para poder transferir. No momento que nós contatamos em janeiro com essa empresa, ela solicitou que fosse feita uma adequação da estrutura do Marcelo Cândia para receber essa usina”, explicou a secretária Municipal de Saúde, Erica Aymoré.

De acordo com a secretária, o projeto de adequação da UBS está em fase de licitação e não há data prevista para que a usina opere no novo local. Em relação ao tempo que o equipamento está parado – 1 ano e 7 meses –, ela explicou que a proposta inicial era que fosse instalado na UPA Buritizal, mas perceberam que a usina não seria suficiente para o local, que consome 312 metros cúbicos mensais.

Aymoré afirma, ainda, que mesmo com os cabos de energia roubados a usina continua operante e recebe manutenção por um sistema interno de difícil acesso.

Secretária municipal de Saúde garante que …

… apesar da situação, o equipamento está em condições de funcionamento, afirma a Semsa

“A gente tem o vigilante fixo lá, a gente acredita que no momento que ele estava fazendo a ronda, tenha acontecido esse desvio e a falha foi na comunicação dele dizer que realmente essa porta tinha sido danificada. Semanalmente o patrimônio faz essa avaliação da usina, de ver se está tudo lacrado, quando dispara a temperatura, sobe mais ou menos, a empresa avisa a gente através dos nossos contatos, exatamente pra gente ir checando o que acontece. Ela tem um circuito interno lá dentro, que você não consegue ter acesso porque é por baixo. Ela continua funcionando”, tentou explicar a secretária.

Sobre os tapumes, a secretária afirma que é uma medida temporária para evitar que pessoas entrem e que ocorram mais danos ao patrimônio, já que os tanques de oxigênio podem explodir se manuseados incorretamente.

Equipamento está localizado atrás do antigo Centro Covid, que foi desativado

A usina de oxigênio

A reportagem verificou ontem (8) que as estruturas internas da usina foram depredadas, fiações dos componentes internos foram rompidas e cabos mais grossos roubados. Toda a rede elétrica foi retirada, restando somente os disjuntores. A sala onde está instalada a usina também virou banheiro público para moradores de rua, com cheiro forte de fezes e urina.

A usina de oxigênio chegou ao Amapá em março de 2021, doada pela iniciativa privada ao Estado. O equipamento foi cedido à prefeitura de Macapá pelo governo para atuar dentro forma estratégica no enfrentamento da Covid-19 naquele ano. A usina doada permitia abastecimento de oxigênio a 32 cilindros de 7 metros cúbicos a cada 24 horas.

Seles Nafes
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