Por IAGO FONSECA
Um entrave documental sobre a preservação arqueológica de Macapá paralisou as obras da Rodovia Josmar Chaves Pinto, no perímetro da Fazendinha, na zona sul de Macapá. Os serviços de drenagem da via foram retomados após a liberação de uma portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As obras foram paralisadas por conta da expiração de uma portaria de autorização do Iphan para pesquisadores acompanharem as escavações de drenagem e movimentações de terras na obra e evitarem perdas arqueológicas de períodos históricos da região, como urnas funerárias indígenas.
De acordo o superintendente do Iphan no Amapá, com Michel Flores, mesmo com as obras seguindo dentro dos trâmites de licenciamento, o Instituto se preocupou com as portarias de pesquisa, que estavam expiradas.
“A área por onde passa a rodovia é uma área de alto potencial arqueológico. Temos vários sítios ao longo da rodovia, como o da Unifap, que tem aproximadamente 3,6 mil urnas enterradas. Também temos no campus da Ueap, Bioparque e na região do Forte Cumaú em Santana, é uma grande área de ocupação indígena antiga e do período colonial”, reforçou o superintendente.
As obras de drenagem profunda são feitas pela Secretaria de Transportes do Amapá, que interditou parcialmente os trechos em obras na rodovia. As máquinas atuam na escavação e instalação de manilhas ao longo de 1,3 km entre a rotatória da Fazendinha até a ponte sobre o Igarapé da Fortaleza.
“Nós tomamos o cuidado juntamente com o Iphan e hoje realmente a rodovia está liberada e a obra já foi retomada. Já começamos a parte de drenagem, que há necessidade de colocar tubulações para que possa ter o escoamento seguro, que não haja nenhum problema e após a drenagem, vamos trabalhar com a parte de terraplanagem e em seguida pavimentação”, destacou Valdinei Amanajás, secretário da Setrap.
Além das obras da rodovia, está prevista a duplicação da ponte sobre o Igarapé da Fortaleza, que liga o município de Santana à Fazendinha. O processo deve ser concluído em 2025, segundo o secretário.
“Já tem um projeto com recurso alocado, emenda do senador Davi Alcolumbre, para fazer uma ponte de concreto e a duplicação, porque nós vamos ter uma rodovia moderna, mas nós temos um estrangulamento ali no Igarapé”, afirmou o secretário Valdinei.
Nova Josmar Pinto
A obra começou pela rotatória da Fazendinha e vai até a ponte do Igarapé da Fortaleza, nesta primeira etapa. O empreendimento completo prevê 13km totalmente reestruturados, até o Monumento Marco Zero do Equador. O Governo do Amapá iniciou a requalificação em dezembro de 2023.
A obra de mobilidade urbana prevê a pavimentação asfáltica de 13 quilômetros, passeio público, iluminação, drenagem profunda e superior, instalação de barreiras “New Jersey” e requalificação dos retornos, de acordo com as normas técnicas de construção da rodovia.
A obra está orçada em R$ 94 milhões, emenda parlamentar articulada pelo senador Davi Alcolumbre, mais contrapartida do Governo do Amapá, em convênio com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).