Por RODRIGO DIAS
Uma cena chama atenção na Rua Ariosvaldo Coelho Caxias, no Bairro Cidade Nova I, na zona leste de Macapá. A pista passou a ficar intrafegável depois que moradores resolveram usar lixo e entulhos para impedir o trabalho da CSA, que está interligando o trecho com o sistema de distribuição de água. Os moradores alegam que o trabalho deixou a rua com o asfalto danificado.
O trecho, que interliga os bairros do Perpétuo Socorro e Canal do Jandiá, virou um verdadeiro lixão a céu aberto. A montanha de sujeira inclui restos de material orgânico, pneus velhos, móveis, telhas e madeira.
O autônomo José Roberto Pantoja conta que a prefeitura de Macapá fez um serviço de pavimentação, mas a CSA passou pelo local e quebrou o asfalto para a colocação de encanamento e hidrômetros. Isso teria revoltado os moradores. A empresa empilhou o lixo e o entulho colocado pelos moradores nas frentes das casas e não retornou.
“Eles vieram renovar os equipamentos pra cobrar a água, mas destruíram a rua. Os moradores colocaram o material como forma de protesto em alguns trechos, mas eles (a CSA) pegaram a máquina e juntaram todo o material nesse trecho pra fazer o serviço (ligações de água) e sumiram. Agora tá aí, ninguém passa. Isso é muito ruim pra quem vive aqui”, disse.
O acúmulo já ocorre há mais de três semanas. A multiplicação de ratos e insetos como baratas, é uma das piores consequências da sujeira na beira da porta. Alguns empreendedores não estão tendo dificuldades para trabalhar com a venda de churrasquinho e açaí, por exemplo.
“Está muito feio. A porta da minha casa está fechada. Onde não tem lixo, tem lama porque o asfalto foi tirado. ‘Tamo’ parecendo porco aqui no meio do lixo e da lama. Sem contar que não tem água, em todos esses anos que estou morando aqui a água nunca prestou”, lamentou Maria Santos, que mora há 27 anos no local.
Recapeamento
Procurada, a Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA) informou que está realizando serviços em diversas áreas da capital. Intervenções que são necessárias para a melhoria do sistema de abastecimento, como no perímetro citado na reportagem.
A empresa disse ainda que entende os transtornos temporários causados, mas ressalta que, assim como em outras áreas, tão logo a obra seja concluída, as devidas medidas como o recapeamento da região serão providenciadas, como previsto em todas as intervenções realizadas pela CSA.
A empresa reforçou que mantém um canal de comunicação 24 horas com os clientes, por meio do 0800 086 0116, onde é possível realizar registro de ocorrências deste porte ou tirar dúvidas sobre os serviços prestados.