De dentro da cadeia, detento mandou matar funcionário de supermercado, diz polícia

Crime ocorreu no mês de março, no município de Mazagão, a 35 km de Macapá.
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Da REDAÇÃO

A Polícia Civil acredita ter desvendado a trama por trás da morte de um funcionário de supermercado, ocorrida no mês de março, no município de Mazagão, a 35 km de Macapá. O crime teria sido encomendado pelo crime organizado.

A equipe da Delegacia de Mazagão, que conduziu as investigações, identificou o mandante como um detento do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), que seria uma das principais lideranças de uma facção que atua dentro e fora do presídio.

O nome dele não foi divulgado pelas autoridades, mas o Portal Seles Nafes apurou que ele é conhecido como “Lendário” no meio criminoso. Ele tem 30 anos.

A vítima, Maicon Douglas da Silva de Souza, também tinha passagem pela penitenciária por tráfico de drogas, segundo a polícia. O funcionário do supermercado foi assassinado a tiros ao deixar o trabalho, na noite do dia 24 de março.

Arma apreendida com adolescente na noite do crime

Naquela noite, duas pessoas foram presas horas depois do homicídio. Após o levantamento de informações e com a suposta identidade do criminoso, policiais militares e civis fizeram diligências e receberam a pista de que o matador estaria na casa da namorada na comunidade do “Escondidinho”, próximo do Bairro Bom Jesus.

O casal estava na frente da residência quando percebeu a chegada das viaturas e tentou fugir, mas o imóvel foi cercado. Eles voltaram para o interior da casa, e foram imobilizados ainda dentro da residência. A namorada teria oferecido resistência à prisão. Ela também cumpria pena em regime aberto com uso de tornozeleira eletrônica por tráfico de drogas.

De acordo com o delegado José Victor Souto, da Delegacia de Mazagão, além do mandante, a investigação também identificou o executor e o intermediário, que teve a função de recrutar e fornecer a arma e as munições para o crime. Segundo o delegado, o executor é um adolescente, que confessou a motivação: era uma espécie de prova, de rito de entrada no grupo criminoso: deveria eliminar um membro de grupo rival.

“Um adolescente, de 16 anos de idade, que estava encapuzado, foi quem desferiu os disparos, sendo apreendido em flagrante com a arma de fogo utilizada. Durante as investigações, um adolescente, de 17 anos de idade, foi identificado como possível intermediário entre o executor e o mandante do crime. Ele teria recrutado o executor na escola onde ambos estudavam e forneceu apoio logístico como a arma do crime e comunicação com o mandante”, explicou o delegado.

Delegado José Victor Souto comandou as investigações. Foto: Ascom/PC

O adolescente executor responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado mediante emboscada e organização criminosa. O outro adolescente responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado por motivo torpe e organização criminosa.

“Lendário” foi indiciado pelas práticas dos crimes de homicídio qualificado, por promover ou constituir organização criminosa e corrupção de menores.

O delegado representou pelas internações dos adolescentes e pelo isolamento do interno do Iapen em ala especial.

O crime

Imagens do circuito de câmeras mostram Maicon deixando o local de trabalho de bicicleta quando aparece um homem sem camisa correndo atrás dele com uma arma de fogo. Maicon, já ferido, volta para dentro do supermercado onde é atingido novamente. Uma funcionária também foi atingida com um tiro no pé.

Seles Nafes
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