Pela 1ª vez, Amapá inicia cirurgias por vídeo na rede pública

Procedimentos menos invasivos iniciaram a cerca de um mês no Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá
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Por IAGO FONSECA

A rede pública de saúde do Amapá começou a realizar cirurgias por vídeo em pacientes de forma ordenada e contínua há cerca de dois meses. Agora, o serviço está sendo ampliado para os pacientes encaminhados pelo Estado ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá, que já recebem o procedimento menos invasivo.

Também conhecido como videolaparoscopia, o procedimento é amplamente utilizado na rede pública de todo o país, mas ainda não estava disponível no Amapá, segundo o superintendente do HU, Marcos Santos. O método substitui cirurgias de abdômen aberto por pequenas incisões e reduz o tempo de recuperação do paciente.

“Estamos tendo um crescimento contínuo mês a mês de procedimentos. No mês passado, já fizemos 145 procedimentos. Pode ser que neste mês consigamos chegar a 200 cirurgias. Temos 10 salas equipadas para esse tipo de cirurgia com emendas das bancadas federais, que se mobilizaram para fortalecer o hospital, que começou do zero. Inicialmente, temos quatro salas ativas, e as demais serão abertas conforme tivermos mais serviços e profissionais disponíveis”, explicou o superintendente.

O método substitui cirurgias de abdômen aberto por pequenas incisões e reduz o tempo de recuperação do paciente. Foto: Iago Fonseca

Os professores de medicina da Unifap, Max Alcolumbre e André Medeiros, que trabalham no HU, explicam que, com o novo procedimento, o hospital consegue realizar mais cirurgias e reduzir a fila de espera do sistema estadual, responsável pelo ordenamento das demandas dos hospitais públicos do Amapá.

“Quando você faz um corte grande, o pós-operatório gera muito mais dor, e a recuperação do paciente é muito pior. Então, quando você faz só pequenos furos e evita esse corte, o trauma cirúrgico é menor, o paciente faz a mesma cirurgia, tem o mesmo resultado, porém de forma muito menos dolorosa, com menos complicações, menos inflamações, e ele tem alta no dia seguinte”, completou Max Alcolumbre.

Max Alcolumbre, Marcos Santos (superintendente do HU) e André Medeiros, professores de medicina da Unifap

Apesar da cirurgia já existir na rede particular do Amapá, o Hospital Universitário, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem custos menores para o Estado e, por isso, pode atender diversas demandas do sistema público com o tempo. Atualmente, as cirurgias por vídeo são feitas inicialmente para a retirada de vesícula biliar e intervenções urológicas.

“A gente consegue dar uma rotatividade maior. A diária de leito diminui, porque eu só uso uma diária, não uso duas. O custo individual da cirurgia é maior, mas o custo global, por conta da rotatividade, acaba sendo menor, devido ao tempo de internação reduzido e ao menor uso de insumos e medicações”, finalizou André Medeiros.

Seles Nafes
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