Por RODRIGO DIAS
Foi lançado neste sábado (13) na Universidade Federal do Amapá (Unifap) o Projeto Recicla Amazônia, cujo objetivo é promover a economia circular dos resíduos sólidos e fomentar o empreendedorismo sustentável nos 16 municípios do estado.
O projeto é fruto de um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 5 milhões, firmado entre o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Unifap, que será responsável pela execução.
Segundo o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o Brasil enfrenta um desafio significativo em ampliar o processo de transformação de embalagens em 30% até este ano, conforme previsto na lei que regulamenta a política de reciclagem. Para a Amazônia, a meta é de 3%.
“Isso é um problema sério de educação, saúde e meio ambiente. Portanto, todas as iniciativas municipais, estaduais e federais são decisivas para mudar essa realidade. Esta semana mesmo o presidente Lula regulamentou a lei referente aos recicladores, destinando quase meio bilhão de reais para catadores e catadoras. Estamos retomando fortemente essa política e estamos aqui para estruturar esse projeto”, destacou o ministro.
Recicla Amazônia
De acordo com Rafael Pontes, coordenador do projeto, o Recicla Amazônia tem duração de cinco anos e será dividido em três etapas estruturais. Nesta primeira semana, 100 pessoas da comunidade em geral participarão de um trabalho de educação.
“Depois vem um trabalho de mentoria. O projeto visa capacitar cerca de 1.500 pessoas por meio de cursos e atividades de capacitação, desenvolvimento de projetos e formação de uma comunidade de prática em economia circular. Nesse período, os participantes receberão uma bolsa para estudar, e os melhores projetos serão premiados”, detalhou Pontes.
A iniciativa abrange cursos focais sobre sustentabilidade e gestão de resíduos, minicursos sobre logística reversa e tecnologias 4.0, e é desenhada para oferecer conhecimento aplicável, incentivar o trabalho em equipe e resolver problemas locais relacionados a resíduos sólidos, proporcionando certificação do aprendizado e contínuo apoio da Unifap.
O programa também realizará transferência de tecnologia por meio de parcerias com empresas atuantes em setores que lidam com resíduos sólidos, como biodiversidade (açaí, pescados, castanha), eletroeletrônicos (computadores, celulares, televisores), construção civil, mineração, papel, vidro e outros.
“Nós temos o papel de conectar empresas que já trabalham com resíduos sólidos, associações, cooperativas e comunidades vulneráveis que veem nessa oportunidade uma forma de desenvolver novos negócios. A Unifap se posiciona nos 16 municípios do estado para pautar o tema, desenvolver novos negócios, diminuir o impacto ambiental e entregar à população uma política pública bem estruturada que vai mudar a realidade de muitas pessoas no Amapá”, acrescentou Rafael Pontes.
Há também a possibilidade de realizar trabalhos em conjunto com empresas, cooperativas e associações, visando a montagem e aquisição de equipamentos e laboratórios para a reciclagem desses materiais, bem como o desenvolvimento de novos negócios e produtos sustentáveis.