Por RODRIGO DIAS
Um criminoso que matou a golpes de facão a ex-cunhada e vizinha na frente dos filhos dela foi preso em uma ação conjunta das polícias do Amapá e do Pará, na comunidade do Pimental, a 50 km da zona urbana do município paraense de Trairão.
O crime ocorreu em 15 de agosto de 2020, na comunidade de Ilhinha, localizada no Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá. Segundo a Polícia Civil do Amapá, as investigações revelaram que o acusado desenvolveu um sentimento amoroso não correspondido pela vítima, Taiana Pantoja dos Santos, que na época tinha 26 anos. Ela era mãe de filhos com o irmão do assassino, o que teria motivado o crime.
No mesmo dia do assassinato, o acusado supostamente forjou sua própria morte, afundando um barco de sua propriedade no rio, e desde então estava foragido.
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Familiares da vítima estiveram …
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… na coletiva de imprensa da Sejusp sobre o caso
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Maria Bnedita: “Agradecemos à Justiça e sentimos um alívio, mesmo que isso não traga ela de volta”. Foto: Rodrigo Dias
“Foi iniciado um trabalho que durou 20 dias, com o objetivo de encontrar o acusado. Se ele estivesse vivo, teria que aparecer em algum lugar do planeta. Aproximadamente a 1.000 quilômetros de distância, ele foi localizado e o mandado de prisão preventiva foi cumprido. Isso só foi possível graças à união de informações da população com as autoridades policiais”, afirmou o delegado-geral do Amapá, Cezar Vieira.
Embora a polícia não tenha divulgado o nome do assassino, a família da vítima o identificou como Valdecir Garcia Batista, conhecido como “Dot” ou “Índio Palmiteiro”, hoje com 46 anos.
“Taiana deixou quatro filhos órfãos. Não foram dias fáceis; as crianças ainda têm lembranças. Agradecemos à Justiça e sentimos um alívio, mesmo que isso não traga ela de volta”, disse Maria Benedita, ex-cunhada da vítima.
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Valdecir Garcia foi preso a 1 mil km do local do crime. Foto: Divulgação
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Delegada Marina Guimarães: “Nenhum crime contra mulher ficará impune; os homens precisam saber disso”
A prisão ocorreu como parte da operação Shamar. Valdecir Garcia já foi transferido para o Amapá e está no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde aguardará julgamento.
“É a Justiça sendo feita pelo trabalho da polícia. A família agora encontra paz e um motivo para continuar. Nenhum crime contra mulher ficará impune; os homens precisam saber disso, e as mulheres precisam entender que podem buscar ajuda antes que o pior aconteça,” declarou a titular da Delegacia da Mulher, Marina Guimarães.