Por SELES NAFES
A crise no principal empreendimento de mineração do Amapá ganhou um novo episódio. Na semana passada, a fabricante Sany recolheu toda a frota de caminhões que foi comprada pela Mina Tucano para a retomada da extração de ouro em Pedra Branca do Amapari, município a 187 km de Macapá.
Fontes que acompanham o desenrolar da crise de perto informaram ao Portal SN que a parceria com a Pilar Gold foi um fracasso total. As duas não se entendem sobre os aportes financeiros necessários e o controle acionário da operação, num dilema que pode sepultar os planos de retomar a mineração na região.
No último dia 13 de novembro, a fabricante foi até a planta da Mina Tucano e recolheu os caminhões zero quilômetro adquiridos pelas duas empresas. Nenhuma prestação teria sido paga. Os veículos estão avaliados em R$ 13 milhões.
“Pegaram sol e chuva sem serem usados nenhuma vez”, informou uma fonte.
Aportes
Segundo outra fonte, a Mina Tucano e a Pilar Gold receberam grandes propostas de aporte de outros grupos, mas recusaram todas. Uma das ofertas é de um grupo brasileiro, que fez a quarta proposta, mas não houve acordo. Um grupo espanhol também estaria oferecendo dinheiro para viabilizar as operações.
Enquanto isso, o empreendimento acumula dívidas de INSS, com fornecedores de alimentação e com os benefícios dos funcionários. Até o fornecimento de energia teria sido cortado pela Equatorial por falta de pagamentos.
“Corre um sério risco de a administração judicial decretar a falência”, avisou a fonte.
No início de novembro, a prefeitura de Pedra Branca do Amapari decretou situação de emergência financeira, após a suspensão do pagamento de royalties da mineração.