Por OLHO DE BOTO
Uma extensa nuvem de fumaça tomou conta do entorno do Polo Hortifrutigranjeiro, no Bairro Fazendinha, na manhã deste sábado (16), gerando indignação e riscos para a saúde dos moradores da região. A origem da poluição foi uma carvoaria clandestina localizada próxima ao Parque de Exposições da Expofeira, na zona sul de Macapá.
A denúncia levou policiais do 1º BPM e do Batalhão Ambiental ao local, onde encontraram uma grande quantidade de carvão vegetal já embalado para comercialização e constataram a queima intensa de madeira.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas. Entretanto, os responsáveis pela atividade ilegal fugiram pela mata antes de serem identificados.
De acordo com a sargento Aline Freitas, o caso configura crime ambiental, e a investigação busca identificar os responsáveis pela operação clandestina que há anos prejudica a qualidade de vida dos moradores.
Fumaça tóxica
Entre os mais afetados está a família de Jozean Torres, morador do bairro Fazendinha, que relatou o impacto da fumaça constante na saúde de seu filho autista e de outros moradores.
“Meu filho sofre muito. Em três anos que moro aqui, já enfrentei essa situação diversas vezes. É um crime ambiental que prejudica idosos, crianças e trabalhadores. Hoje, a fumaça tomou conta de toda a área. Não conseguimos dormir, e o ar condicionado, que deveria ser limpo a cada seis meses, aqui precisa de manutenção a cada três, porque senão adoecemos”, desabafou Jozean.
Ele também denunciou a frequência com que a carvoaria opera. “A movimentação é intensa toda semana. É madeira para virar carvão. Os responsáveis fogem antes de serem flagrados. Isso tem que acabar, é área urbana, é proibido. Estamos todos passando mal aqui”, reclamou.
Problema antigo
Os moradores relatam que a carvoaria funciona há anos, apesar de estar localizada em área urbana, o que contraria as legislações ambientais. O caso reacende o debate sobre a necessidade de maior fiscalização e endurecimento das medidas contra crimes ambientais em Macapá, sobretudo em regiões habitadas, onde a saúde e o bem-estar das famílias ficam em risco.
As autoridades seguem investigando o caso, enquanto a população clama por uma solução definitiva para o problema.