Empresária vendia cetamina a usuários de drogas, diz polícia

514 frascos de Cetamina avaliados em R$ 230 mil foram apreendidos na operação da Polícia Civil do Amapá.
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Por OLHO DE BOTO

Uma empresária de 34 anos, dona de um Pet Shop, foi presa pela Polícia Civil do Amapá acusada de vender Cetamina a usuários de drogas – produto químico de venda controlada e que é usado ilicitamente por traficantes na fabricação de drogas sintéticas.

Na ação, ocorrida na terça-feira (7), na zona sul de Macapá, também foram capturados três dependentes químicos que, segundo o delegado Kleyson Fernandes, eram clientes da investigada.

Entre os presos está um detento que usava tornozeleira e estava com a prisão decretada por descumprimento de ordem judicial.

“Nós conseguimos identificar três usuários que estavam fazendo uso dessa substância, que tinha sido adquirida junto à empresária, e ao verificar a documentação deles, observamos que um deles estava com mandado de prisão pela prática de um crime de roubo, estava usando tornozeleira eletrônica, mas descumpriu as condições”, reforçou o delegado.

A suspeita não teve o nome divulgado. Na casa dela, localizada no Bairro Fazendinha, os agentes da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes apreenderam 514 frascos do anestésico, que era vendido de forma ilícita.

Contudo, o que mais chamou a atenção da autoridade policial foi o preço da Cetamina. Cada unidade com 50 ml do produto era comercializada no mercado negro por até R$ 450. Esse valor e a quantidade de frascos apreendidos na operação, 514, dá uma estimativa do alto lucro com as vendas consideradas indiscriminadas. A carga apreendida ontem é avaliada em torno de R$ 230 mil.

“O combate às drogas sintéticas vem ocorrendo desde o ano passado de forma mais intensa aqui no Amapá. Foi quando a Polícia Civil conseguiu observar um crescente uso e disseminação dessas drogas sintéticas, sobretudo em festas eletrônicas. Então, de setembro até a presente data, conseguimos efetuar mais de 10 prisões de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas sintéticas como o MD”.

Delegado Kleyson Fernandes está à frente das investigações. Foto: Ascom/PC

O delegado esclareceu que a empresária capturada na ação tem autorização para comercializar a substância, contudo, isso estava ocorrendo de forma indiscriminada e fora do previsto em lei, segundo as investigações.

“Ela tem autorização para realizar a venda desses tipos de substâncias, mas o que estava sendo feito era um tráfico ilício. Ela estava vendendo de forma indevida e legal, fornecendo a pessoas, sobretudo usuários de drogas, que procuravam a aquisição para fins de uso recreativo, a fim de se drogar”.

Segundo ele, além de tráfico de drogas, há indícios de outros crimes como lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. Kleyson Fernandes também destacou grau de periculosidade da cetamina.

“Na verdade, se trata de um anestésico utilizado tanto em pessoas, como para uso veterinário. E quando utilizado como droga em pessoas, pode causar diversas complicações de saúde, paradas cardíacas imediatas, dentre outras complicações. Por si só, a cetamina já é um produto perigoso e, portanto, controlado, um produto controlado previsto na portaria 344 da Anvisa. A venda, a aquisição é feita de forma restrita a determinadas pessoas que trabalham, sobretudo, com a realização de procedimentos cirúrgicos em animais e pessoas, mas também tem esse viés por parte da utilização dos traficantes de drogas sintéticas”, alertou.

A previsão é que hoje (9) pela manhã ocorram as audiências de custódia dos investigados na operação.

Seles Nafes
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