Da REDAÇÃO
Menos de um ano após cometer um homicídio com requintes de crueldade, Robson Pinheiro Araújo foi condenado a 17 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelo Tribunal do Júri de Vitória do Jari – cidade no sul do Amapá.
A sentença, proferida na última quinta-feira (27) pelo juiz substituto Luiz Gabriel Verçoza, considerou agravantes como motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Após a condenação, Robson foi encaminhado ao sistema prisional do Amapá, em linha com entendimento do STF sobre execução imediata de penas do Júri, mesmo com possibilidade de recurso.
Crueldade
O caso remonta ao dia 12 de maio de 2024, quando Rosinaldo Machado Trindade foi abordado por Robson na Passarela José Simeão de Souza, em Vitória do Jari – a cerca de 200 km de Macapá. A vítima estava no local para visitar o pai. Segundo as investigações, os envolvidos não eram amigos, apenas “se conheciam de vista” – por morarem numa cidade pequena.
Robson pediu R$ 2 à vítima, que respondeu não ter dinheiro. Irritado, o acusado arremessou uma garrafa de vidro na casa do pai de Rosinaldo e, quando questionado, lhe atingiu o rosto com uma pedra de concreto.
Enquanto Rosinaldo se dirigia à delegacia para registrar a agressão, reencontrou Robson, que o atacou novamente com pauladas, socos e estrangulamento (mata-leão). Ainda de acordo, com a denúncia do MP, Robson pressionava a cabeça de Rosinaldo em uma poça de lama, com objetivo de asfixiá-lo quando um morador das proximidades interveio.
Mas a vítima já havia sofrido múltiplas fraturas faciais, que evoluíram para infecção generalizada e falência múltipla de órgãos. Rosinaldo passou por cirurgias e ficou em coma induzido no Hospital Geral de Macapá, mas morreu 18 dias depois, em 30 de maio de 2024.
Robson chegou a ser preso no dia do crime, mas foi liberado em audiência de custódia. Com novas provas — incluindo laudos periciais, vídeos e depoimentos coletados pelo MP-AP —, a prisão preventiva foi decretada em 6 de junho.