Da REDAÇÃO
Análises realizadas pelo Instituto Evandro Chagas (PA) detectaram concentrações de mercúrio acima dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) no rio Cupixi, no Amapá.
O superintendente de Vigilância em Saúde do Amapá, Cássio Peterka, confirmou nas redes sociais que houve a emissão de um laudo do instituto. Segundo ele, foram encontrados 0,0003 miligramas de mercúrio por litro de água, enquanto o limite aceitável é de 0,0002 miligramas por litro. O laudo não foi divulgado na íntegra.
Apesar desse aumento, o chefe da SVS avaliou o impacto ambiental como baixo, mas manteve a recomendação de evitar o consumo de peixes e água dos rios Cupixi e Araguari, que banha os municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes.
Em 11 de fevereiro de 2025, uma barragem de um garimpo ilegal a cerca de 12h de barco de Porto Grande rompeu-se, liberando rejeitos nos dois rios, e afetando os municípios de Pedra Branca do Amapari e Porto Grande. O incidente ocorreu após fortes chuvas na região, que teriam causado uma implosão de terra em uma área de difícil acesso dentro da Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca).
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Cássio Peterka, superintendente da SVS: apesar do aumento acima do tolerado, impacto teria sido mínimo. Foto: Iago Fonseca
Cerca de 4 mil moradores, incluindo populações indígenas e ribeirinhas, foram impactados pela contaminação dos rios. A Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em quatro municípios: Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Ferreira Gomes e Cutias do Araguari.
A Polícia Civil está investigando os responsáveis pelo garimpo clandestino e os danos ambientais decorrentes. O Portal SN revelou que o garimpo da Cooperativa São Domingos ainda aguardava liberação da Agência Nacional de Mineração (ANM), mas já estava em operação. O MPF e a PF também apuram o acidente.