Por SELES NAFES
A diretora de uma escola da prefeitura de Macapá, localizada no arquipélago do Bailique — região ribeirinha a 150 km da sede da capital — foi exonerada do cargo pelo prefeito Antônio Furlan (MDB). A demissão ocorreu após a gestora receber a visita de um vereador chamado pela comunidade para verificar as condições da escola.
A informação sobre a exoneração foi divulgada nesta terça-feira (8) pelo vereador Banha Lobato (UB), que usou a tribuna da Câmara Municipal para denunciar o que classificou como um ato de perseguição.
“(Depois da inspeção…) ela recebeu uma ameaça de que seria exonerada. E a servidora que fez a denúncia também seria transferida para uma comunidade distante. Na quinta passada, para a minha surpresa, saiu a exoneração da diretora”, afirmou o vereador.
“Tanto se fala na valorização da mulher, e a gente recebe essa triste notícia. Me sinto culpado por ter feito meu papel de fiscalizar, e sobrou para a diretora. Ela não fez nenhum tipo de denúncia. Ela só estava lá e me recebeu. Na gestão dela, a escola estava até organizada, apesar das condições que ela tinha para exercer sua atividade”, acrescentou.

Vereador Banha Lobato: “me sinto culpado. Fui fiscalizar, mas sobrou para a diretora”
Banha Lobato pediu que os vereadores da base do governo Furlan intercedam pela diretora. Ele lembrou que o líder do governo, Bruno Igreja (MDB), teria garantido que a gestora não sofreria retaliação. O mesmo apelo foi feito pelos vereadores Ruzivan (REP) e Pedro Dalua (UB), presidente da Câmara.
Dalua destacou que os parlamentares também fiscalizaram uma escola estadual no Bailique, que precisava de reparos, sem que houvesse exonerações nesse caso.
O presidente da Câmara pediu que o secretário de Articulação Política, Diego Santos — que estava presente na sessão — converse com o prefeito para que o caso seja revisto.
“Pode ter ocorrido alguma informação distorcida. Com a reposição da verdade, o prefeito pode readmitir ou colocar a diretora em outra unidade”, comentou.