TCE encontra graves irregularidades em escolas da Prefeitura de Macapá

Escola municipal de Macapá: inspeção do tribunal em 12 escolas estaduais e municipais de Macapá e Santana encontrou problemas somente nas unidades da PMM, incluindo creches
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Por SELES NAFES

Uma fiscalização do Tribunal de Contas do Estado do Amapá (TCE-AP) identificou graves falhas estruturais e administrativas nas escolas da rede municipal de Macapá. A inspeção revelou uma situação alarmante, especialmente no que diz respeito à segurança de alunos e servidores.

A fiscalização ordenada ocorreu entre instituições estaduais e municipais nos municípios de Macapá e Santana. Das 12 escolas selecionadas, seis pertencem à rede estadual (cinco em Macapá e uma em Santana) e outras seis à rede municipal (cinco em Macapá e uma em Santana). Juntas, essas unidades atendem cerca de 6.500 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Entre os principais problemas identificados nas escolas municipais de Macapá, estão a falta de acessibilidade, más condições estruturais, ausência de equipamentos de segurança e higiene precária. LEIA AQUI O RELATÓRIO NA ÍNTEGRA

Escolas inseguras e despreparadas

A situação é especialmente preocupante no quesito segurança. Nenhuma das escolas municipais da PMM vistoriadas, segundo o relatório do TCE, possui sistema adequado de combate a incêndio — todas operam sem extintores, hidrantes ou sinalização apropriada. Além disso, nenhuma tem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

O relatório ainda cita fiação exposta, ausência de planos de evacuação e ações preventivas, além da inércia da gestão pública frente aos riscos. A atuação do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, segundo o TCE-AP, só ocorreu após pressão do Tribunal.

Diante disso, o Ministério Público de Contas recomendou a criação de um plano de vistorias regulares, com cronograma, relatórios e ações corretivas, para garantir a segurança física de alunos, professores e demais profissionais.

Alunos da Escola Eunice Picanço, outra citada no relatório do TCE

Escola no Novo Horizonte tem graves problemas, segundo o TCE

Infraestrutura comprometida

As escolas visitadas também enfrentam sérios problemas de infraestrutura. Foram encontrados:

  • Infiltrações, mofo e rachaduras em tetos, paredes e pisos;

  • Falta de acessibilidade, como rampas fora dos padrões, portas estreitas e ausência de sinalização para pessoas com deficiência;

  • Banheiros sem adaptação para Pessoas com Necessidades Especiais (PNE);

  • Falta ou insuficiência de móveis adequados, como armários e cadeiras adaptadas;

  • Ventiladores e lâmpadas danificados, comprometendo ventilação e iluminação nas salas;

  • Entulho e acúmulo de lixo nas áreas externas.

Itens básicos de higiene, como papel higiênico, sabão e papel toalha, estavam ausentes ou em escassez na maioria das unidades. Em alguns casos, as torneiras estavam quebradas e os sanitários não eram adaptados para crianças pequenas ou pessoas com mobilidade reduzida.

Outra preocupação levantada foi em relação à água consumida nas escolas. Nenhuma das instituições apresentou certificado de potabilidade da água, e algumas utilizam poços artesianos próximos a fossas sépticas — um risco potencial à saúde.

Foto de janeiro de 2023, quando a creche foi inaugurada pela PMM

Ações da prefeitura são insuficientes

A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) ao TCE informou que já realizou reparos pontuais, como a troca de torneiras, instalação de sabão nos banheiros e limpeza das áreas externas. No entanto, o TCE-AP avalia que muitos dos problemas continuam sem solução, como a falta de acessibilidade, a ausência de equipamentos de segurança e as falhas estruturais.

O Ministério Público de Contas destacou que as falhas colocam em risco o bem-estar de crianças e trabalhadores da educação e recomendou que os órgãos responsáveis sejam notificados e monitorados com prazos rigorosos para correção. Em caso de descumprimento, o MPC defende a aplicação de multas e sanções administrativas, conforme previsto na legislação.

A creche municipal Professora Patrícia Cordeiro Ferreira Chucre, a creche Wanderleia da Cruz, e as escolas municipais Eunice Picanço, Professora Maria Izabel Fernandes Ribeiro e Raimundo Guedes de Araújo estão entre as unidades que apresentaram os quadros mais críticos, segundo os relatórios técnicos.

Seles Nafes
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