Por SELES NAFES
A Câmara Municipal de Macapá instaurou, nesta segunda-feira (18), uma comissão processante contra o prefeito Antônio Furlan (MDB). A decisão foi aprovada por unanimidade, com 12 votos, após o episódio de agressões a dois jornalistas da capital, registrado no último domingo (17).
Na ocasião, Furlan se irritou com uma pergunta sobre o atraso na construção do Hospital Municipal da Zona Norte. Os jornalistas Heverson Castro e Hiran Fróes foram detidos pela Guarda Municipal e permaneceram seis horas sob custódia, até a realização de perícia em uma assessora que alegava ter sido agredida. O exame de corpo de delito deu resultado negativo.

A sessão que analisou a denúncia foi marcada por tensão. Fotos: Seles Nafes
Na representação protocolada, assinada por Hiran Fróes, o jornalista destacou que a postura de Furlan — médico e prefeito — foi incompatível com suas funções. Ele também relatou risco de morte em razão da “gravata” aplicada pelo gestor no momento em que registrava imagens da obra.
A sessão que analisou a denúncia foi marcada por tensão. Apoiadores do prefeito foram convocados para lotar as galerias e pressionar os vereadores a não levar a pauta adiante. O presidente da Casa, Pedro Dalua (União), chegou a ameaçar retirar do plenário manifestantes que faziam ameaças e prometiam reação violenta caso a denúncia não fosse apreciada.
Parlamentares da base governista optaram por não votar, mas participaram do sorteio que definiu os integrantes da comissão processante: Ruzivan Pontes (REP), Alessandro Monteiro (PDT) e Alexandre Azevedo (PODE). Ruzivan foi escolhido presidente, e Alessandro, relator.

Parlamentares da base governista optaram por não votar, mas participaram do sorteio que definiu os integrantes da comissão processante
“Vamos chamar as duas assessoras que alegam terem sido agredidas, assim como os jornalistas. Todos serão ouvidos”, declarou o presidente da comissão ao Portal SN.
O grupo terá 90 dias para apresentar relatório, que poderá resultar na cassação do mandato do prefeito.