Ex-advogada procurada por golpes é presa ao desembarcar no Amapá

Mulher se identificou com nome falso e estava acompanhada do marido e quatro crianças; mandado de prisão é do RN
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Por SELES NAFES

Uma ex-advogada de 38 anos, identificada como Júlia Voltolini Caparroz, foi presa neste sábado (9) no município de Santana, a 17 km de Macapá, acusada de aplicar dezenas de golpes contra clientes e instituições financeiras. Ela estava foragida e utilizava um nome falso no momento da abordagem policial. A prisão ocorreu no Porto do Grego, área portuária de Santana, após denúncia anônima. 

úlia desembarcava de um navio vindo de Belém junto com o marido e quatro crianças quando foi abordada por policiais militares. Ao ser questionada, apresentou-se como “Maria Júlia de Souza” e não apresentou documento de identidade. O marido portava documentos emitidos em diferentes estados, com indícios de falsificação e sem validade por QR code. 

Uma perícia papiloscópica confirmou a verdadeira identidade da mulher, natural do Rio Grande do Norte. Júlia já havia tido a inscrição na Ordem dos Advogados cassada em seu estado natal e é investigada por falsificar documentos para receber indenizações destinadas a ex-clientes.

Um dos mandados de prisão contra ela, expedido pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, refere-se a uma condenação superior a três anos de prisão. O documento aponta dezenas de endereços vinculados à acusada, principalmente em São Paulo e no Rio Grande do Norte.

Um dos mandados de prisão para cumprimento de pena

Indenização

O Portal SN teve acesso a trechos de um dos processos criminais contra Júlia que mostra como ela operava. Em 2014, quando atuava na cidade de Santa Fé (SP), ela teria falsificado uma procuração para ajuizar uma ação contra o Banco Santander por negativação indevida de uma cliente que nunca a contratou.

O valor do processo era de 40 salários mínimos. O golpe foi descoberto quando a justiça de São Paulo precisou intimar a cliente do banco num endereço apresentado no processo que não existia. Neste caso, ação foi extinta, mas ela teria obtido sucesso em dezenas de ações que sempre usavam procurações falsificadas que engavam juízes, servidores da justiça e bancos.

Em 2017, morando no Rio Grande do Norte, ela chegou a ser presa preventiva quando já respondia a mais de 30 processos. A prisão foi revogada mais tarde por ela estar colaborando com as investigações, mas Júlia estava proibida de mudar de endereço. Depois disso, ela foi condenada e hoje foi presa para começar a cumprir sentenças.

Após a captura, Júlia Caparroz foi levada para a audiência de custódia, onde a Justiça decidirá sobre a manutenção da prisão. 

Seles Nafes
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