Da REDAÇÃO
O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), virou destaque negativo na imprensa nacional após lançar, no mês de julho, a construção de uma policlínica como se a iniciativa fosse de sua gestão. A obra, na verdade, integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e foi proposta pelo governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade) – esclareceu o portal de notícias Metrópoles. O investimento é de R$ 30 milhões, com recursos exclusivamente da União.
A ‘usurpação’ de louros pelo empreendimento do governo federal, ocorreu durante evento realizado no conjunto habitacional Jardim Açucena, no dia 17 de julho, quando Furlan assinou a ordem de serviço para a construção da unidade de saúde e compartilhou o anúncio nas redes sociais como parte de um “combo de obras” realizadas pela prefeitura.
“Hoje foi dia de combo de ordem de serviço aqui no Açucena. Também assinamos a ordem de serviço para a construção da nova Policlínica que vai avançar ainda mais a saúde da nossa cidade”, publicou o prefeito.
Embora tenha citado o Novo PAC, o prefeito atribuiu o projeto à articulação do senador Lucas Barreto (PSD) e de deputados federais aliados, entre eles Vinícius Gurgel e Sílvia Waiãpi (PL) – que perdeu o mandato na semana passada por ordem da justiça federal. Furlan ainda mencionou uma contrapartida da prefeitura, mas sem dar muitos detalhes do que seria, segundo a matéria do Metrópoles.
Ainda de acordo com o veículo de imprensa, a postura do gestor municipal irritou aliados do presidente Lula da Silva (PT) e acendeu um alerta no Palácio do Planalto sobre a fragilidade na comunicação local das ações federais.

Furlan fez anúncio ao lado de aliados
A avaliação é de que adversários políticos – sobretudo os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro – estariam se apropriando de obras financiadas pela União e tirando proveito eleitoral, o que pode impactar os resultados das próximas eleições, mesmo com o governo federal controlando a máquina pública.
A portaria do Ministério da Saúde que oficializou a seleção da proposta para a policlínica deixa claro que o proponente foi o Governo do Amapá. A unidade de saúde integra um conjunto de ações estruturantes do Novo PAC voltadas à expansão da rede pública de atendimento nos estados. Para lideranças próximas a Lula, a omissão dessa informação por parte do prefeito de Macapá é mais um exemplo da necessidade de fortalecer a visibilidade das ações federais em nível municipal.