Da REDAÇÃO
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS determinou, na madrugada desta terça-feira (30), a prisão em flagrante de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer). Ele é acusado de liderar um esquema que teria desviado mais de R$ 700 milhões em aposentadorias e pensões.
Membro titular da CPMI, o deputado federal Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) defendeu com veemência a prisão. Para o parlamentar, o caso exige medidas firmes diante da gravidade do crime.
“Indignado aqui com a arrogância e desfaçatez do investigado. O Careca (do INSS) fez até menos provocações a esta comissão. Tem um sentimento comum a todos eles, de que o crime compensa para suas famílias. Um nível de coragem e arrogância assustador. Um perfil psicopata, que mata e não tem nenhum sentimento sobre milhões de pessoas que afetou”, disse Malafaia.
A decisão ocorreu durante sessão da comissão, em Brasília, depois que o depoente foi acusado de mentir e tentar obstruir as investigações. O caso integra a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, que já havia revelado irregularidades bilionárias envolvendo entidades de representação de segurados. Apenas a Conafer teria arrecadado ilegalmente quase R$ 700 milhões desde 2019.
O deputado do Amapá comparou Carlos Roberto Ferreira Lopes com Jorgina de Freitas, que no início da década de 1990 desviou mais de US$ 600 milhões do INSS.
“Espero que tenha o mesmo destino da Georgina de Freitas, que desviou R$ 2 bilhões, mas passou 14 anos presa”, comparou Dorinaldo Malafaia.