Por OLHO DE BOTO
Um homem de 26 anos, condenado a 20 anos de prisão por estupro de vulnerável contra uma adolescente que era sua irmã de criação, foi preso ontem (15), pela Polícia Civil do Amapá. Os crimes, segundo o inquérito policial sobre o caso, começaram em 2019, quando a vítima tinha 13 anos, e se estenderam por aproximadamente três anos, dentro da própria casa onde ambos moravam, no bairro Novo Horizonte, em Macapá.
O agressor, filho do padrasto da vítima, aproveitava da convivência familiar para cometer os abusos. Em uma das ocasiões, a jovem foi violentada enquanto dormia, acordando assustada com a situação.
“A relação de confiança e parentesco foi quebrada para a prática reiterada de crimes”, ressaltou o delegado Alan Moutinho.
A situação só veio à tona quando a vítima, suportando anos de medo e silêncio, conseguiu revelar os abusos à mãe. Imediatamente, a genitora acionou o Conselho Tutelar e a Polícia Civil do Amapá, por meio da 8ª Delegacia da Capital. Em seguida, o autor foi retirado da residência e passou a ser investigado.

Delegado Alan Moutinho: “Isso foi em 2019, um dia a conta chega”
Durante interrogatório, o acuado admitiu ter mantido relações sexuais com a adolescente, mas tentou se justificar alegando “concordância” da vítima.
“O argumento, no entanto, é irrelevante perante a lei, uma vez que a menina era menor de 14 anos, caracterizando automaticamente o crime de estupro de vulnerável”, explicou o delegado.
A prisão do condenado foi realizada nesta quarta-feira (15) após os agentes da 8ª DP montarem uma campana desde a madrugada para localizá-lo.
“Pela gravidade do crime que a gente teve acesso às peças (judiciais), nós fomos a campo para tentar localizá-lo. Ele estava numa residência no Bairro Novo Horizonte, e foi feita uma campana desde a madrugada. Os agentes, com perseverança, conseguiram, já de manhã, constatar que ele estava na casa, adentraram na residência e efetuaram a prisão”, exaltou Moutinho.
A autoridade policial destacou ainda os agravantes que resultaram na pena elevada. “O fato de o crime ter perdurado por bastante tempo influencia na sentença. E outra coisa: o fato de a pessoa morar na mesma casa também influencia para aumentar mais ainda a pena. Por isso, no total, foram 20 anos. O magistrado também considerou o parentesco, de ela ser meia-irmã dele, como outro agravante. A pena inicial era de 9 anos, e com todos os agravantes, finalizou em 20”, explicou Moutinho.
O condenado passou por exame de corpo de delito e será apresentado à Justiça em audiência de custódia. Em seguida, será transferido para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) para iniciar o cumprimento da pena.
“Isso foi em 2019, estamos em 2025, ou seja, um dia a conta chega”, destacou o delegado. O nome do condenado não foi divulgado pelas autoridades.