Prefeitura coordenou ataques a senador, jornalistas e opositores, aponta relatório

Documento citado pelo blog Diário do Centro do Mundo indica operação estruturada dentro da gestão para descredibilizar Randolfe Rodrigues; comando teria partido do alto escalão municipal
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Por SELES NAFES

Membros do alto escalão da Prefeitura de Macapá estariam por trás de uma ‘máquina de guerra’ de ataques digitais ao senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), além de jornalistas, militantes e adversários políticos no Amapá. A informação foi publicada pelo blog Diário do Centro do Mundo que afirma ter tido acesso a um relatório de inteligência produzido a partir de investigações e entregue a autoridades federais sobre a existência de um suposto “gabinete do ódio” dentro da administração do prefeito Antônio Furlan (MDB). O Portal SN procurou o gabinete do senador e a prefeitura para que comentassem o assunto.

Segundo a reportagem, o documento — identificado como Relint 01/2025 — detalha a atuação de servidores públicos lotados na própria prefeitura em ações online organizadas com o objetivo de atacar críticos da gestão e promover a imagem do prefeito. O material aponta que o núcleo operava em um grupo chamado “Furlan Governador 2026”, coordenado por integrantes da Secretaria Municipal de Comunicação.

O relatório descreve que a estrutura funcionava com uso de equipamentos da prefeitura e dentro do próprio prédio municipal, durante o horário de expediente.

“Mensagens coletadas indicam a existência de um comando político informal, ligado ao gabinete do prefeito, voltado à execução de ações de contra-informação e descredibilização de adversários”, diz o trecho citado pelo blog.

Ações seriam coordenadas e executadas a partir deste grupo

A investigação aponta ainda que a operação tinha planejamento estratégico e padronização de conteúdo, com produção de peças digitais e orientação para disparos coordenados.

O grupo atuava de maneira sistemática na defesa da imagem do gestor municipal, com uso de identidade visual, linguagem e recursos institucionais da própria prefeitura”, afirma o relatório.

Padrão

Os responsáveis pelo esquema teriam definido rotinas de ação com prazos específicos para reagir às publicações consideradas críticas. Em uma das mensagens interceptadas, um assessor ordena:

“Randolfe não pode pautar o debate. A ordem é responder em menos de 15 minutos.”

Ataques teriam utilizado servidores comissionados dentro das dependências da prefeitura. Foto: Seles Nafes

O relatório também aponta uso de perfis falsos em redes como X (antigo Twitter) e Instagram para gerar aparência de apoio popular e neutralizar críticas.

“O objetivo era construir a percepção de apoio popular e neutralizar críticas ao prefeito e à gestão municipal”, registra o documento citado.

Além de Randolfe, jornalistas, vereadores de oposição e ativistas ambientais estavam na lista de alvos, segundo as informações reveladas.

Procurado pelo Portal SN, o gabinete do senador Randolfe Rodrigues confirmou a veracidade dos dados presentes no relatório de inteligência mencionado pelo DCM. 

A secretária de Comunicação da Prefeitura, Janize Rezende, informou que o jurídico da prefeitura ainda não foi notificado sobre o relatório da investigação, e que, por enquanto, não haverá um posicionamento público sobre o caso.

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