Por SELES NAFES
A Cooperativa de Alimentos da Biodiversidade, a Bio+Açaí, decidiu mudar a fama da qualidade do produto extraído no Arquipélago do Bailique, a 150 km de Macapá. Através de uma nova rota de escoamento, a cooperativa conseguiu reduzir o tempo de transporte dos caroços para preservar o sabor do açaí.
A primeira experiência ocorreu neste fim de semana, com um barco carregado de 1.600 latas do fruto. A missão era cortar o tempo total de deslocamento de 15 horas para apenas 7 horas, das ilhas até a fábrica da Bio+Açaí na capital, e o teste foi bem-sucedido.
A nova rota atravessa Cutias do Araguari, evitando maresias, poeira, custos elevados e longas viagens que prejudicavam o sabor do açaí do Bailique.
“A gente faz uma linha reta do Bailique até o Araguari. O produtor apanha cedo o açaí, entrega pra gente entre 7h e 9h da manhã e levamos para o Araguari em 5h. De Cutias a gente traz para a fábrica de caminhão em uma hora e meia”, explica Gilcimar Pureza, presidente da Cooperativa Central da Biodiversidade da Amazônia (BioAmazon), que atua no apoio na “Rota do Açaí do Amapá”.

Entre a extração e a chegada o tempo foi reduzido para 7h; antes eram 15h. Fotos: Divulgação

Senado assina ordem de serviço com o governador Clécio e o ministro Waldez: infraestrutura

Produtos da biodiversidade…

…que serão levados para Egito e Dubai
“Não é um açaí ruim, ele só tinha uma logística ruim. O investimento em infraestrutura de transporte o mercado faz todo sozinho, e quem ganha é o produtor e o consumidor. Só foi possível graças ao asfaltamento e outros investimentos com emendas do senador Davi Alcolumbre e trabalho do ministro Waldez Góes”, acrescenta o presidente da Cooperativa Bio+Açaí, Ruy Secco.
A partir de agora, a Bio+Açaí vai manter o transporte do fruto do Bailique pela rota de Cutias.

Cooperados…

…e Ruy Secco, presidente da Bio+Açaí

Geová Alves, presidente da ACTB
“Segundo a Embrapa, o açaí só começa a perder qualidade após 12 horas da extração“, explica o presidente da Associação (ACTB), Geová Alves.
Atualmente, cerca de 70% da produção da cooperativa abastece o mercado interno, enquanto o restante é exportado. Em dezembro, a Bio+Açaí pretende levar o açaí do Bailique para eventos internacionais de alimentos no Egito e em Dubai.
