DA REDAÇÃO
A quarta fase da operação Coogal, deflagrada por órgãos de defesa civil, monitora desde a quarta-feira (31), a barragem Laborer, no garimpo do Lourenço, em Calçoene, ao norte do Amapá. A represa ameaça desabar e provocar danos ambientais e à vida de pessoas que moram e trabalham em área de garimpagem nas margens e no leito de rios.
Governo do Amapá, Corpo de Bombeiros, Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cedec) e outros órgãos ambientais estão na operação, que traz o nome da principal cooperativa do garimpo do Lourenço.
Nesta fase, a força-tarefa dá continuidade ao monitoramento que já vem sendo realizado à barragem de rejeitos de minérios, realizando o acompanhamento do nível de água, por causa dos altos índices de chuva na região.
De acordo com a Defesa Civil, já foi verificado aumento no nível das águas, o que levou à abertura de mais um metro do canal de desvio, aberto com a finalidade de aliviar a pressão sobre a barragem.
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) falou sobre o risco de desmoronamento, identificado pela Polícia Federal durante diligências da operação Minamata, em novembro.
Conforme laudo, parte da barragem mais nova já sofreu desmoronamento e há fissura e erosão que comprometem a sua segurança. A barragem, de 100 metros de extensão, comporta 1,5 milhão m³ de água e é composta por lama e areia.
Segunda a perícia, “é grande o risco de que esteja contaminada com mercúrio advindo de atividades de separação de ouro e impurezas”.
A barragem, diz o laudo, não é segura e há risco de rompimento iminente com o início do período de chuvas na região amazônica. O possível acidente provocaria danos ambientais ao rio Tauari, afluente do Araguari – um dos mais importantes da região – e colocaria em risco a vida de pessoas que residem e trabalham em áreas de garimpagem nas margens e no leito do rio.
Além do monitoramento via terrestre, uma equipe da força-tarefa está realizando o registro fotográfico e georreferenciado com o apoio do GTA, observando nível e vasão dos rios Reginá-Caçipore, Tajauari- Araguari e Calçoene.