Justiça manda garimpeiro assinar carteira de trabalhadores

Trabalhadores também estavam alojados em local sem condições sanitárias
Compartilhamentos

DA REDAÇÃO

Um dos sócios de uma área no Garimpo do Lourenço, no município de Calçoene, norte do Amapá, foi sentenciado a assinar a carteira profissional de todos os seus trabalhadores, e de ainda dar condições dignas de alimentação e pernoite no acampamento do garimpo. A decisão, da 8ª Vara de Trabalho de Macapá, atendeu pedido do Ministério Público do Trabalho.

Ao todo, são 19 pedidos, todos deferidos, na ação civil pública que exige uma indenização no valor de R$ 300 mil por dano moral coletivo.

Entre os pedidos estão o registro dos trabalhadores num livro ou ficha, registro na CTPS (em 48 horas), e a “não manutenção de empregado trabalhando sob condições contrárias às disposições de proteção do trabalho”, ou sejam em condições subumanas.

A ação civil é derivada da Operação Minamata, realizada em novembro do ano passado, e que prendeu empresários, garimpeiros, políticos e servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM).

A operação mobilizou equipes do MPT, Ministério do Trabalho (MTb), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Agência Nacional de Mineração (ANM).

Além da exploração irregular de ouro, a operação encontrou trabalhadores em condições análogas à de escravidão. Eles estavam dormindo há mais de 60 dias num barraco construído com tocos de madeira e lonas, sem portas, janelas e piso (que era de chão batido).

Durante a operação, as equipes encontraram seis trabalhadores, incluindo uma cozinheira, em condições degradantes. A partir de agora, o empresário terá que fornecer alojamento com condições sanitárias e água potável nos locais de trabalho, além de equipamentos (gratuitos) de proteção individual.

Em caso de desobediência, a multa diária será de R$ 1 mil por trabalhador.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!