SELES NAFES
Durante visita ao Amapá, o novo comandante militar do Norte, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, deixou claro que ainda não há planejamento e nem uma decisão para que o Exército procure por corpos de guerrilheiros supostamente enterrados em Oiapoque, no extremo norte do Estado, fronteira com a Guiana Francesa.
“Ficarei devendo essa resposta. Ainda precisarei me ambientar e estudar mais sobre essa história”, disse ele, que assumiu o comando há pouco mais de um mês no lugar do general Carlos Alberto Barcellos.
Há duas semanas, a Procuradoria Geral da República emitiu uma recomendação para que o governo do Amapá e o Exército procurem pelos corpos de brasileiros desaparecidos durante a chamada “Guerrilha do Araguaia”, resistência civil armada que se concentrou em Tocantins e Pará, a partir do fim da década de 1960.
Segundo depoimentos de testemunhas e sobreviventes à Comissão Nacional da Verdade, pelo menos 60 corpos guerrilheiros teriam sido levados por militares para Clevelândia do Norte, onde o Exército tem uma companhia às margens do Rio Oiapoque.
Apesar da resposta curta sobre o assunto, o general foi extremamente educado. Ele avaliou como positivo o trabalho do Exército na fronteira, principalmente por causa da cooperação.
“Vamos prosseguir por mais dois anos nesse trabalho, e podemos ajudar de alguma forma nesse belíssimo esforço sempre com a integração com o poder civil”, garantiu.
O comandante militar do Norte passou os últimos dois anos dirigindo o Hospital das Forças Armadas, em Brasília e, mesmo não sendo da área de saúde, saiu bem avaliado após um programa de modernização da estrutura de atendimento.