ANDRÉ SILVA
A professora de um jovem aluno autista de 14 anos está pedindo ajuda para divulgar um gibi com histórias do Pica-Pau, criado pelo menino. A docente quer reproduzir cópias da historinha e arrecadar dinheiro para comprar material escolar e de pintura para o aluno. O gibi foi lançado no mês passado, durante a semana pedagógica da escola onde ele estuda.
Iuri Pedrada é aluno da quarta etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola José Leovis, no Bairro Renascer, zona norte de Macapá. A família do garoto diz que ele começou a desenhar antes dos dez anos de idade.
O menino tem dificuldades na fala, e foi nos desenhos que encontrou a melhor maneira de se comunicar com o mundo, diz a família. O pica-pau é o personagem que ele mais gosta de desenhar, mas, também desenha personagens como o Chaves e alguns outros mais.
A professora Patrícia Sabrina Lobo é pedagoga, e responsável por desenvolver o trabalho de inclusão de alunos especiais na escola. Ela trabalha com Iuri desde o semestre passado, e conta que percebeu a aptidão do garoto no decorrer dos encontros com ele, que acontecem duas vezes na semana.
“Ele é muito inteligente. Ele escreve e lê divinamente”, elogiou a professora.
Todos os anos, a escola desenvolve o projeto ‘Semana Pedagógica’, onde todos os alunos, inclusive os com necessidades especiais, participam, e foi na habilidade do Iuri que a professora decidiu investir. Ela propôs que ele criasse um gibi com histórias do pica-pau usando o tema meio ambiente.
Para construir o material, Iuri recebeu ajuda do irmão mais novo, Arlindo Junior, de 10 anos. Enquanto Iuri ia desenhando e escrevendo, Arlindo ia colocando a história em ordem para que ela seguisse uma lógica.
“Quando observei que, enquanto ele desenhava, ele ia copiando as falas dos personagens, eu ajudei a escrever suas próprias falas”, disse o irmão.
O material ficou pronto e foi editado, formatado e impresso de forma artesanal em dez cópias pela professora. Dos dez exemplares, oito foram vendidos, além de desenhos avulsos produzidos na hora pelo garoto.
O dinheiro arrecadado não foi o suficiente para comprar os materiais pretendidos pela professora, que são uma mochila e materiais para Iuri continuar produzindo.
Agora, ela pede ajuda a todas as pessoas que se sensibilizarem com a história do jovem aluno, para editar de forma mais profissional e fazer mais cópias do material para serem vendidas.
“A gente quer parcerias com pessoas que possam nos ajudar a imprimir mais exemplares. Se as pessoas preferirem, podem comprar a mochila para ele”, sugeriu a professora.
Quem quiser ajudar, pode entrar em contato com Patrícia pelo telefone 99914-5048.