RODRIGO INDINHO
A cena de uma de uma senhora, de idade não revelada, dando a bênção a uma familiar aparentemente sua filha, antes de ser presa, chamou a atenção durante a maior operação da Polícia Civil do Amapá, que está cumprindo dezenas de mandados de prisões preventivas, temporárias e de condenações, nesta quarta-feira (26).
Segundo informações repassadas numa coletiva de imprensa, com a participação dos delegados envolvidos na operação, 170 policiais civis cumpriram até o momento mais de 50, de um total de 70, mandados de prisões na capital e no interior através da “Operação Midas” que ocorre em todo o país. O objetivo é combater crimes de roubo e latrocínio.
“É uma operação épica, articulada em todas as unidades de polícia do Estado. Nunca se mobilizou a polícia dessa forma. Agora nossa política é mobilizar todas as unidades e todos os delegados tem missões de cumprimento de mandados e de produção. Isso será algo recorrente, uma política de enfrentamento ao crime que assola todo o Brasil”, falou o delegado-geral de Polícia Civil, Uberlândio Gomes.
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que, no Amapá, ainda existem mais de 3 mil mandados de prisão em aberto e essa operação ocorre também devido a esses números. Mandados por outros crimes também foram cumpridos.
“A título de ilustração, nós temos um condenado de homicídio desde 2015 cujo a sanção penal foi de 39 anos e 4 meses e ele estava foragido sem cumprir aquilo que a sentença tinha efetivamente determinado” finalizou Uberlândio.
Presa por tráfico
Sobre o caso da senhora flagrada dando a bênção a filha, o portal SelesNafes.com conversou com o delegado, Fábio Araújo, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), que fez a prisão da mulher.
“A dona Maria Eunice responde na justiça pelo crime de tráfico de drogas, ainda não é condenada, mas, ao que tudo indica, o juiz determinou a prisão por ela não ter sido encontrada e deixar de responder ao processo na Justiça. Então estava foragida e gerou essa cena de comoção familiar, pois para a sociedade é uma criminosa, mas para a família é uma mãe, uma filha, uma irmã! A gente respeita o sentimento mas temos que cumprir a lei”, disse o delegado.
Dos 50 presos, de 70% a 75% são homens e de 30% a 25% mulheres. Não se tem informações de crimes possivelmente comandados de dentro do Iapen. A operação segue durante está quarta-feira, com o objetivo de cumprir mais mandados.
Foto de capa: Olho de Boto