Por RODRIGO INDINHO
Milena Albuquerque, de 19 anos, tem dois filhos, um de 1,6 ano e outro de 4 meses. Ela lembra que recebia conselhos da mãe, mas mesmo assim, engravidou a primeira vez aos 17 anos por descuido, e na segunda vez, aos 18 anos, também.
“Não era o plano da minha vida engravidar cedo, e sim estudar e ter meu próprio sustento. Tive muitos conselhos principalmente da minha mãe e por descuido eu a decepcionei. Hoje sou casada com o pai do meu segundo filho, o pai do primeiro sumiu. Sei que filho é bênção e eu amo meus dois, mas se pudesse faria diferente. Se tivesse ouvido minha mãe não teria dois filhos. Não sou a melhor pessoa para aconselhar, mas aos jovens de hoje peço que se cuidem”, comentou.
Durante as ações referentes à “Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência”, vários jovens, adultos e mães com bebês de colo participaram de um seminário realizado nesta sexta-feira (1), no auditório do Senac, área central de Macapá.
A programação atende às recomendações da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), sancionada no início de janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro, que determina que devem ser realizadas ações que passarão a ocorrer na semana do dia 1° de fevereiro de cada ano.
O Amapá é um dos estados que têm maior proporção de bebês nascidos de mães com menos de 19 anos – um em cada quatro. Enquanto o país registra 0,88% das crianças nascidas de mães com menos de 15 anos, o Estado tem proporção de 1,37%.
Segundo a palestrante Rosiane Pereira, enfermeira especialista em saúde pública, o seminário abordou temas relacionados a métodos contraceptivos, medidas educacionais, as responsabilidades, tanto das mães adolescentes quanto dos pais, além de outros assuntos relevantes ao tema.
“O principal objetivo é trazer a luz ao adolescente e fazer com que esse jovem tenha o entendimento que ele pode, deve e tem o direito de procurar o serviço de saúde e ser orientado. As ações servem justamente para passar essas informações”, destacou Rosiane.
Durante o encontro foi debatida a educação das crianças e adolescentes nas escolas e com os pais.
Além das meninas, os meninos também tem papel fundamental neste aprendizado. E foi em busca de mais conhecimento que Thierry Amaral, de 18 anos, participou do seminário.
“Namoro há 7 meses, não tenho filhos, mas tenho amigos que tem. Segundo relatos deles não é uma vida fácil. Com isso busco tomar todos os cuidados, conversar e aprender para não ser pai antes de ter um futuro garantido. Também é preciso evitar doenças. Por isso vim para essa ação”, disse Thierry.
No próximo sábado, 2, a programação continua através de uma ação socioeducativa que acontecerá num shopping na Rua Leopoldo Machado, no Bairro do Trem, das 10h às 20h. Serão distribuídos preservativos, a cartilha do adolescente e orientações para conscientização da gravidez na adolescência e sexualidade.