O navio de bandeira holandesa Clipper Alba vindo da Buchanan, na Libéria, país que vive uma epidemia de Ebola, chegou ao Amapá nesta quarta-feira, 12, e tem como destino o porto de Itaquatiara no Estado do Amazonas. O Serviço de Praticagem aguarda a inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se terá mesmo que destacar dois práticos para guiar o navio até o Amazonas.
Os práticos que trabalham para as empresas de praticagem Unipilot e NortePilot evitam comentar o assunto, mas não escondem o temor de entrar no cargueiro sem que tenha passado pelo período de quarentena que é de 21 dias. “Até onde temos conhecimento a inspeção da Anvisa ainda não foi feita no navio que pede passagem pelo Amapá. Devido a um problema na casa de máquinas o cargueiro ainda não conseguiu se deslocar para Santana. Enquanto isso, os práticos estão aguardando”, informou o prático Bruno Senna.
Enquanto o resultado da vistoria não chegar ao conhecimento dos práticos, vai continuar o impasse sobre o embarque ou não dos profissionais sem que a quarentena seja respeitada. “É uma questão de saúde pública. Quem vai querer entrar em um navio por quatro dias, convivendo com os tripulantes que podem ter o vírus do Ebola incubado. Isso é algo que estamos temendo muito”, acrescentou Senna.
A Associação dos Práticos afirma que a questão não tem nada a haver com preconceito e sim com uma questão de saúde pública, pois temem que o vírus entre no Brasil pelo Norte. Sobre o assunto, o representante regional da empresa de praticagem Unipilot, Fernando Camara, disse que espera que a quarentena seja respeitada para evitar qualquer perigo do vírus Ebola entrar no Brasil.