Mandante de execução usou namorada como isca, diz polícia. VÍDEO DO CRIME

Detendo condenado a mais 46 anos de prisão, ‘Coringa’ seria o mandante do crime. A namorada dele, Shirley Marques, teria atraído a vítima até o local dos tiros, em Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

A Polícia Civil juntou peças e conseguiu montar o quebra-cabeça da morte do assessor de comunicação Marcelo Pereira de Souza, de 36 anos, que foi executado a tiros no mês de abril, em Macapá.

Três envolvidos, incluindo o mandante, o executor e a isca já foram identificados e indiciados. O quarto envolvido está sendo procurado.

Mandante: Antônio Carlos da Silva Gomes, o ‘Coringa’. Fotos: Olho de Boto/SN

Segundo o delegado Wellington Ferraz, a morte de Marcelo foi uma emboscada feita à luz do dia. O crime ocorreu, por volta de 16h25 do dia 16 de abril na Avenida Manga Rosa, no bairro Brasil Novo, na zona norte de Macapá.

De acordo com o delegado, o crime foi ordenado por Antônio Carlos da Silva Gomes, o ‘Coringa’, de 23 anos. Ele é detento condenado do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

O mandante teria arquitetado a emboscada para usar como isca a própria companheira, Shirley Marques da Silva, 29 anos, que teria atraído Marcelo até o local do crime. Conforme as investigações, ela agendou o encontro com ele por ligações e mensagens de celular.

Shirley disse ter sido coagida pelo namorado

Marcelo foi morto quando conversava com Shirley, na calçada de uma escola no Brasil Novo. A ação criminosa foi flagrada por câmeras residenciais da região. As filmagens mostram quando os executores, dois homens em uma moto, se aproximam e o passageiro desce da moto, atravessa a rua em direção à vítima e começa a disparar.

Marcelo não percebeu a aproximação do atirador porque estava de costas para rua, enquanto conversava com Shirley, segundo a polícia.

“Ela se posicionou para conversar com Marcelo de maneira que ele ficasse de costas para a rua, por isso não vê quando os dois homens na moto chegam e o passageiro saca a arma, atravessa a rua e começa a disparar pelas costas da vítima”, destacou o delegado Ferraz.

Marcelo ainda chegou a ser socorrido e levado ao Hospital de Emergências de Macapá, mas não resistiu aos tiros.

De acordo com Ferraz, o homem que puxa o gatilho é um adolescente de 17 anos, membro de uma facção criminosa. Ela está apreendido há três meses por outro homicídio, ocorrido no município de Mazagão, onde a vítima foi decapitada. A polícia ainda tenta descobrir quem era o condutor da moto.

Na manhã desta sexta-feira, durante o cumprimento do mandado de prisão contra Coringa, com apoio de agentes penitenciários, os policiais da Decipe encontraram armas de fabricação caseira e celulares na cela de Coringa.

Os agentes da Decipe também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Shirley. Assim como Coringa, ela foi levada à delegacia para ser interrogada. Ela alegou que agiu coagida por Coringa.

“Eles serão indiciados por homicídio qualificado mediante emboscada e motivo torpe, que seria em razão de uma suposta dívida de drogas de Marcelo com Coringa. Temos provas muito contundentes, informações da quebra de sigilo telefônico, filmagem do crime, depoimentos”, pontuou o delegado.

Delegado Wellington Ferraz: “conseguimos desvendar toda a trama criminosa”

Após prestar depoimento e ser indiciada, Shirley, que visita Coringa na penitenciária regiamente aos domingos, foi liberada. Apesar de indiciada, ela não ficou presa. Irá responder, inicialmente, em liberdade.

Já Coringa, retornou ao Iapen, onde cumpre penas de mais 46 anos de prisão por crimes de roubo. Agora, vai responder também por homicídio qualificado.

“Nós conseguimos desvendar toda a trama criminosa, usando quebra de sigilo telefônico. Não temos dúvidas da autoria. O atirador é o adolescente já identificado e o mandante é o Coringa”, reforçou Wellington Ferraz.

Vítima

À época do crime, Marcelo não morava em Macapá. Ele estava residindo e trabalhando em Vitória do Jari, município a 165 km de Macapá. Lá, mantinha um pequeno parque de diversões. Além da atividade autônoma, ele era assessor de comunicação da Prefeitura de Vitória do Jarí.

“No dia do crime, ele tinha ido a Macapá com a comitiva do prefeito, que estava cumprindo agenda na capital. No horário do crime, se ausentou da comitiva para se encontrar com a Shirley. Ele, inclusive, avisou a familiares que estava indo ao bairro Brasil Novo vender uma máquina de algodão doce”, explicou o delegado.

Segundo as investigações, Marcelo já tinha se relacionado com Shirley no passado, o que poderia sugerir outra motivação para o crime, mas ainda não foi confirmada essa hipótese.

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