Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Uma matéria veiculada em um portal de notícias local, com informações inverídicas, vem causando transtornos a membros de uma tradicional família do quilombo do Curiaú, em Macapá. Eles sentiram-se lesados pela reportagem.
A família Menezes da Silva está passando por dias difíceis com a internação da matriarca Rocilda Joaquina da Silva, de 84 anos. Ela sentia falta de ar, fraqueza e incômodo intestinal.
De bom grado, a família recebeu um jornalista que fez uma matéria sem utilizar o que realmente a família lhe disse, aproveitando a oportunidade para tentar politizar o caso em relação à situação de quase colapso pela qual passa a saúde no Amapá, afirmam os familiares.
Mesmo com a situação de dificuldade sendo notória e, inclusive, admitida pelas autoridades públicas, nem tudo pode ser jogado em uma “vala comum” de descaso – garantem Menezes da Silva.
A situação é mais delicada porque o próprio quadro de saúde da matriarca tem relação com duas perdas da família Menezes da Silva. Primeiro, ela perdeu uma filha, há cerca de quatro meses, e no dia das mães acabou perdendo uma neta. Nenhum dos dois casos está relacionado com a covid-19.
Em carta, a família esclareceu.
“Em primeiro [lugar], queremos agradecer a Deus por tudo, em segundo lugar queremos deixar claro que nossa mãe não foi diagnosticada com covid-19, o quadro dela era de infeções urinária e intestinal e uma tristeza profunda, que não estava permitindo com que ela se alimentasse e por isso ficou desidratada e com o corpo enfraquecido e o quadro respiratório dela foi afetado, ela está se sentindo muito cansada”, diz trecho da carta, divulgada pela família em uma rede social.
A matéria tinha um título chamativo sobre a falta de exames e que dava a entender que a paciente não tinha sequer como tomar banho, frente aos supostos maus tratos que recebia na unidade de saúde.
“Decidimos levá-la ã UBS onde ficou em observação e depois foi oficialmente internada e onde teve excelente acompanhamento com profissionais qualificados, competentes, gentis, atenciosos e carinhosos. Então gente, pedimos encarecidamente e pelo amor de Deus, parem de ficar espalhando e compartilhado fake news e mentiras desnecessárias, pelo menos respeitem nossa família e parem de usar a imagem da nossa querida e amada mãezinha”, diz outro trecho da carta assinada pela família Menezes da Silva.
A matriarca foi atendida primeiramente na Unidade Básica de Saúde Álvaro Correa, no São Lázaro, zona norte de Macapá. Em seguida, foi transferida para o Centro de Covid 3, que fica em Santana, cidade a 17 km de Macapá.
A transferência foi aconselhada por médicos, devido à idade da paciente. Ela está estável e consciente, mas ainda sem previsão de alta.