Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Após adiamentos por causa da pandemia de covid-19, o menino David Rocha Ferreira, de 5 anos de idade, finalmente embarcou na tarde desta quarta-feira (10) para São Paulo, onde irá passar por tratamento para tentar salvar sua visão.
A história foi contada pelo Portal SelesNafes.com de peregrinação Davi e sua família para que conseguisse tratamento fora do Estado para as enfermidades em seus dois olhos. Através do intermédio da organização não governamental Carlos Daniel, ele conseguiu uma vaga no Hospital das Clínicas de São Paulo.
No olho esquerdo, o garoto tem um tumor e já perdeu totalmente a visão. No olho direito, há a suspeita de glaucoma e nesse lado que os médicos têm a expectativa de salvar a visão da criança.
“Ele ainda será consultado, mas pelo o que eu entendi, conversando com os médicos até agora, o olho esquerdo, que já não tem nenhuma visão e onde há as dores e o tumor, deverá ser retirado e colocado uma prótese. A esperança de salvar a visão está no olho direito e eu vou com fé que irá dar tudo certo”, contou a mãe, Raimunda Noelina Soares.
Mais uma vez a ONG Carlos Daniel intermediou as tratativas sobre o caso junto ao programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para garantir a viagem, a estadia em uma casa de apoio em São Paulo e as consultas no Hospital das Clínicas.
Durante esses meses em que saiu da internação no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, Davi ficou em casa com sua mãe e irmãos, recluso por causa da covid-19. Muito sensível à luz, ele anda com óculos escuros e a família conta que o garoto ainda sente dor e que todos já se acostumaram a ficar com as luzes apagadas para não gerar desconforto na criança.
Na hora do embarque, acompanhado pela mãe e avó que foi com eles deixá-los no aeroporto, o menino estava empolgado com sua primeira viagem de avião, ainda que incomodado com a luz e com o fato de ter que usar máscaras.
Agenilson Silva, que tem acompanhado a família todo esse tempo, foi até o portão de embarque dando instruções e esclarecendo detalhes. No final, não escondeu a satisfação que é poder ajudar.
“Ano passado perdi minha mãe pro câncer, é por ela que fazemos isso. É nessa hora que a gente sente aquele sentimento de dever cumprido, depois de tantos meses e de muita luta, essa mãe conseguiu embarcar para tentar salvar a visão do filho. Eu tenho fé que vai dar tudo certo”, concluiu o presidente da ONG Carlos Daniel.