Por RODRIGO ÍNDIO
Utilizando lixo eletrônico e material alternativo, estudantes que integram o projeto de robótica da Escola Estadual Esther da Silva Virgolino, na zona norte de Macapá, conquistaram o tricampeonato no Torneio Internacional de Robôs.
Em 2020, a competição seria em Buenos Aires, na Argentina, entretanto, devido à pandemia da covid-19 e suas restrições, o evento presencial foi cancelado e adaptado para uma versão online. A prova final aconteceu no último sábado (28) e o resultado foi divulgado na noite de domingo (29).
Cinco países, dentre eles, Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos e Uruguai, participaram dessa edição, onde 141 equipes se inscreveram para a disputa nas categorias sumô, cabo de guerra e cabo de guerra 2×2.
No caso dos robôs de sumô, eles são autônomos, tem a própria programação, e quando são ligados, entram em combate para tirar o adversário em menor tempo possível da arena.
O mesmo acontece com os robôs cabo de guerra. A diferença nessa competição é que são utilizadas duas arenas e quando eles são ligados, o primeiro que puxar o opositor para fora da arena é o vencedor.
As equipes Danger e Nebulosa, que contam com 14 integrantes do projeto “Robótica Alternativa”, foram representadas pelos estudantes e egressos Bianca Freitas, Caio Lemos, Ítalo Pimentel e o professor Elender Keuly.
Os amapaenses conquistaram o 1° e 2° lugar no Cabo de Guerra-Nível 4; 1° e 2° lugar no Cabo de Guerra 2×2 – Nível Único; 3º e 4º lugar para Sumô 3 kg; e 3º, 4º, 5º, 6º lugar para Sumô-Nível 4.
Ítalo Pimentel, de 19 anos, é egresso da Escola Esther Virgolino, mas ele é tão apaixonado pela robótica, que decidiu ser instrutor do projeto da instituição que passou a integrar em 2018. Hoje, acadêmico de engenharia civil na Universidade Federal do Amapá (Unifap), ele auxilia novos alunos e conta da experiência do torneio deste ano.
“É um conhecimento que está em crescimento exponencial, que é o ramo da robótica. A gente sai da escola, mas a escola Esther não sai da gente. A experiência deste ano é gratificante, pois mesmo em meio às dificuldades conseguimos nos manter no topo. Espero continuar contribuindo com esse projeto e ajudar a formar novos vencedores”, destacou.
O coordenador e mentor dos jovens, Elender Souza, explicou que este ano as competições foram padronizadas com arenas e regras predefinidas e as equipes gravavam dois vídeos ao vivo do robô executando a missão para enviá-los à organização. Após rigorosa avaliação, os robôs eram classificados em um ranking internacional.
“Para gente é uma grande satisfação mostrar que a robótica no âmbito educacional tem alcançado grandes resultados para o estado, devido ao empenho de alunos, professores e toda a instituição. É um projeto que se formatou em 2018 e, de lá pra cá, a gente vem cumprindo a meta de ganhar prêmios. As palavras que me definem são orgulho e gratidão”, enfatizou.
As equipes do Amapá vão se preparar para a Final Nacional do Torneio Juvenil de Robótica – TJR 2020, que está marcado para o dia 12 de dezembro de 2020, e será pela internet em tempo real. A vitória no campeonato internacional garantiu credencial para que eles possam participar de mais uma edição do evento, em julho do ano que vem, na Argentina.
Foto de capa: Arquivo Pessoal