Um motorista da Ambulancha da Prefeitura de Municipal de Macapá, que transporta pessoas em situações de emergência do Arquipélago do Bailique até a capital, foi indiciado pelo crime de aborto, após se recusar de transportar uma mulher em trabalho de parto. O acusado tem 37 anos e não teve o nome divulgado pela Polícia Civil.
De acordo com o delegado Nicolas Bastos, da Delegacia de Polícia do Interior (Depol), a vítima tem 18 anos de idade e estava no 7º mês de gravidez. O caso ocorreu na segunda semana deste mês de junho.
Segundo relatos colhidos pela polícia, ela chegou à Unidade Básica de Saúde do Bailique em trabalho de parto prematuro, de madrugada. O médico plantonista determinou o encaminhamento imediato para maternidade em Macapá.
Apesar de ter sido devidamente comunicado da situação e estar de plantão, o motorista, segundo a polícia, recusou-se a fazer a viagem durante a madrugada. Horas depois, a moça a perdeu o bebê.
“Por isso, ele foi indiciado pelo aborto, uma vez que, como servidor público, ele tinha o dever legal de agir e, na omissão, ele responde pelo resultado [aborto]”, explicou o delegado.
Ação itinerante
A investigação sobre o caso ocorreu no período de 9 a 15 desse mês, quando o Departamento de Polícia do Interior (DPI) realizou ação itinerante em diversas comunidades do arquipélago, com o objetivo de dar andamento à apuração de crimes ocorridos na região.
O objetivo é que esse tipo de ação aconteça mensalmente, devido à dificuldade dos moradores da região de se deslocarem até a capital para serem ouvidos.
Além disso, o deslocamento dos policiais civis até o Bailique facilita a produção de provas e agiliza as investigações para que os autores dos crimes sejam apresentados à justiça de maneira mais célere.
Na ação foram realizadas 31 oitivas e mais de 40 intimações, referentes a 54 procedimentos.
Fotos: Polícia Civil