Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Governo do Amapá entregou, na tarde desta sexta-feira (24), 12 veículos novos e equipamentos, que irão ajudar nas ações de núcleos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e para a Polícia Militar, como a Operação Lei Seca, e de batalhões de trânsito da Polícia Militar.
O Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) recebeu duas viaturas, o Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) recebeu mais duas, a unidade responsável pela Lei Seca recebeu um veículo, assim como o 4º Batalhão, de Santana. Outros seis veículos foram entregues ao próprio Detran, na cerimônia que foi realizada no pátio do órgão, na zona norte de Macapá.
O Governador do Amapá fez referência à luta contra o crime organizado, mais notadamente ao momento de combate às facções pelas forças estatais.
“Há aqueles que, fora das regras, das relações sociais, constitucionais, acham que têm o direito, ou mesmo sem acharem, acabam buscando desrespeitar ou prejudicar o trabalho dos cidadãos e das pessoas. Isso nunca pode ser maior do que o Estado”, declarou o governador Waldez Góes (PDT).
O Portal SelesNafes.com entrevistou o comandante da Polícia Militar do Amapá, coronel Paulo Matias, que falou como o serviço de fiscalização no trânsito também é combate ao crime organizado e pontuou sobre temas como os treinamento de policiais e sua opinião sobre a recente prisão temporária dos PMs envolvidos em ação em Santana. Acompanhe.
De que forma esses novos veículos e equipamentos podem ajudar nessa batalha contra as facções criminosas?
As viaturas para o trânsito, tanto do BPRE como BPTran, além de fazer o trabalho de fiscalização, também são policiais militares que no percurso onde estão patrulhando, estão fazendo o policiamento ostensivo e preventivo. Em uma situação de abordagem, ela pode evoluir para a prisão de um indivíduo foragido, de arma de fogo, drogas, recuperação de veículos roubados, infinitas situações que podem ocorrer. Então, certamente viatura robusta, 4×4, do tipo S-10, ela é mais robusta e aparece bem melhor nas ruas e avenidas de Macapá.
Qual a orientação para tropa nesses dias?
Nós estamos com uma operação agora no Congós, que neste exato momento tá fazendo 22 horas de operação. Nós tivemos o tempo para iniciar essa operação, mas não temos tempo para encerrar. Ela pode ser todo final de semana, se prolongar para a semana que vem, até que o Congós, a gente entenda, que voltou à paz social.
A PM tem investido em qualificação?
A PM tem um tripé: treinar, dar treinamento e operar. Ainda hoje eu fiz a abertura do CIRO, que é o Curso de Intervenção Rápida Ostensiva do BOPE, é o curso que forma os pilotos de motocicletas do BOPE, isso aí agrega efetivo de todas as unidades. Isso é só uma demonstração do nosso investimento. Semanas atrás nós encerramos o curso do Tor, que é um curso operacional da área do trânsito que é aplicado pelo BPRE. A Polícia Militar não para, está sempre operando, sempre treinando e sempre dando treinamento aos seus policiais.
Como o Sr. avaliou a operação em Santana que culminou com três mortes?
A operação eu não tenho como dizer, quem está certo ou quem está errado. O que eu posso dizer é que a Polícia Militar do Estado do Amapá (PMAP) é uma das polícias de melhor credibilidade mediante a sociedade e credibilidade com as coirmãs, ou seja, as outras polícias, tanto é que no curso que estamos iniciando hoje, estamos recebendo policiais militares do Estado de Rondônia, Roraima, Acre e Belém do Pará. Isso demonstra que temos credibilidade em relação à instrução. Os profissionais são bem formados, não tenho dúvida.
Pode ter havido um erro de conduta? Pode, são seres humanos e que podem ter errado, falhado. Pode ter tido um acerto operacional? Também pode. Por que? Só através de imagens ou do que saiu nas redes sociais nós não podemos julgar e condenar os nossos policiais. Para que não haja nem uma sombra de dúvida, a Polícia Civil abriu, de imediato, o seu inquérito policial e a Polícia Militar, em paralelo a isso, também abriu inquérito. Veja que esses policiais estão respondendo a dois inquéritos. Qualquer civil que se envolver em uma ocorrência, vai responder a apenas um inquérito. Para ver a seriedade que a gente trata situações dessa natureza.
E quanto às prisões temporárias?
Eu não tenho como dizer se foram corretas ou erradas. O que eu posso dizer é que a gente tem que ter cautela, porque está aberto os dois inquéritos e para serem concluídos nós temos que ter as provas periciais pra comprovar aquilo que se vê por imagens, aquilo que está se vendo, então, enquanto não tiver as provas periciais e os inquéritos concluídos, nós não temos como condenar ou prejudicar um policial. Houve um pedido de prisão preventiva, os militares estão no quartel aguardando qualquer pronunciamento da justiça.