Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Assim como fazemos hoje construindo nossa cidade na beira do Rio Amazonas, os antigos moradores de Macapá – indígenas que viveram entre os anos 1.000 e pelo menos até 1.500 (D.C) –, habitavam as margens do Rio Amazonas. É o que demonstram os primeiros resultados da campanha de escavações que está sendo realizada em um sítio arqueológico na Rodovia JK, zona sul de Macapá.
O sítio é conhecido pelos pesquisadores desde 2016, quando no local, durante a primeira etapa das obras de um campus da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), encontraram as cerâmicas, buracos e outros vestígios de que ali viveu uma população indígena.
Nessa fase das escavações, que começaram dia 17 de novembro e vão até o dia 17 de dezembro, já foi possível estabelecer que a cerâmica é da classificação “Mazagão” e é por isso que é possível estabelecer uma provável data em que esses povos viveram naquela região.
O trabalho é coordenado pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), com seis arqueólogos, técnicos, estudantes de graduação e voluntários, totalizando 14 pessoas se tem aquele trabalho minucioso que muito conhecemos pelos filmes de Hollywood, com pequenas pás, pincéis e instrumentos delicados onde o pesquisador vai descobrindo o artefato com bastante cuidado para preservar ao máximo a sua integridade.
A cada camada de terra retirada, nossa civilização vai acessando a traços dos dados dos que por aqui estiveram muito antes de nós.
O gerente do núcleo de pesquisas arqueológicas do Iepa, Lúcio Costa Leite, explicou sobre as etapas da pesquisa.
“Essa é a parte mais rápida do trabalho. A gente faz essa escavação, depois esse material é retirado e levado para laboratório, no caso no Iepa, ele passa por uma outra etapa de processamento, que vai da higienização, análises minuciosas, vão ser enviadas amostras de carvão para fora e por último ele vai para a reserva técnica da instituição onde ele permanece salvaguardado para outras pesquisas de outros pesquisadores”, declarou Lúcio.
O jovem pesquisador contou um pouco desse processo ao Portal SelesNafes.com. Acompanhe:
Arqueologia amapaense
Lúcio é parte dos estudantes da Universidade Federal do Amapá (Unifap) graduados em história e que compõem um núcleo de jovens pesquisadores que estão dando mais solidez à pesquisa arqueológica no Amapá.
São profissionais que sempre estão investindo em formação, como ele, que atualmente está fazendo doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais. Outro exemplo, é o coordenador desta campanha atual, Bruno Barreto, também oriundo do Curso de História da Unifap, que é atualmente doutorando da Universidade de São Paulo.