Por ANDRÉ SILVA
Menos de 24h depois do segundo turno das eleições no Brasil, eleitores de direita do Amapá que não aceitam o resultado das eleições deste domingo (30), usaram grupos no WhatsApp e Telegram para mobilizar uma manifestação, que começou a se concentrar desde as 18h desta segunda-feira (31) em frente à 34ª Brigada de Infantaria de Selva, no início da zona oeste de Macapá.
Eles contestam a vitória do candidato de esquerda, Lula (PT), que foi declarado pela Justiça Eleitoral vencedor da disputa em 2º turno contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Manifestações de mesmo cunho político acontecem em pelo menos 18 estados do país, onde caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro, interditaram as principais rodovias do país.
Os criadores dos grupos orientam os apoiadores que se concentrem em frente de rodovias, outras vias de acesso e centro das cidades. Em Macapá, a orientação foi seguida e os manifestantes interditaram a Rodovia Duca Serra, na Região Metropolitana.
Eles estacionaram veículos atravessados na pista e atearam fogo em pneus no horário de pico. Um engarrafamento se formou rapidamente.
Até o momento, Bolsonaro não se pronunciou sobre o resultado das eleições deste domingo (30), o que suscita muitas especulações entre seus apoiadores.
O ex-candidato a deputado estadual no Amapá, Carlos Evangelista (PTB), uma das lideranças da direita no Estado, disse que aguarda o pronunciamento do presidente para se manifestar. Ele também adiantou que não reconhece o resultado, apesar de afirmar que não está na organização dos atos.
“Tendo em vista que o Bolsonaro é ovacionado em todos os estados que vai, coisa que não acontece com o Lula, eu acredito que pode ter havido fraude eleitoral e que deve ser investigado pela coordenação da campanha do presidente. Bolsonaro denunciou a desproporcionalidade das inserções dos programas do presidente nas rádios. Por esse motivo cabe tranquilamente uma ação pra caçar a chapa do Lula. Mas, a gente espera um pronunciamento do presidente pra saber os próximos passo”, declarou Evangelista.
Art. 142
Segundo informações que circulam em grupos de direita, a ideia das mobilizações é que apoiadores criem uma situação de desordem para que o Art. 142 da Constituição Federal seja instituído no país. O artigo determina a ação das Forças Armadas para estabelecer a lei e a ordem no país.
De acordo com a assessoria de comunicação do governo federal, o presidente se pronunciará apenas nesta terça-feira (1).