Por OLHO DE BOTO
Conhecido por sobreviver a várias trocas de tiros com a polícia e com gangues inimigas, Cássio Ribeiro Coelho, de 21 anos, o Bola de Fogo, foi morto na noite de segunda-feira (24), após mais um ataque de rivais, que tentavam eliminá-lo há 4 anos.
Dono de uma ficha criminal com tráfico de drogas, roubo, homicídio e organização criminosa, e detento do regime aberto domiciliar, ele foi assassinado a tiros junto com um comparsa, identificado como Alessandro Ferreira da Silva, de 24 anos, com passagem por tráfico de drogas.
O crime ocorreu por volta de 21h, na Área Portuária de Santana, a 17 km de Macapá, quando eles foram surpreendidos por vários atiradores, que fugiram em uma embarcação após o ataque.
Latrocínio
Bola de Fogo ficou conhecido no meio policial por ter assassinado, em agosto de 2019, o comerciante Arlindo Soares, 42 anos, que estava com as mãos para o alto durante o assalto ao estabelecimento da vítima, um minibox, na Avenida Ivaldo Veras, no Bairro Jardim Marco Zero, zona sul de Macapá.
O latrocínio ocorreu no dia 10 de agosto de 2019. Segundo a polícia, na companhia de outros comparsas, também armados, Bola de Fogo invadiu o mercantil.
Antes de ser morto, Arlindo ainda foi torturado e ferido com golpes de faca por ter pouco dinheiro no caixa.
Tudo foi filmado por câmeras do estabelecimento. Nas imagens, é possível ver quando Bola de Fogo dispara em direção à vítima, que é atingida na cabeça. O comerciante morreu horas depois no Hospital de Emergências de Macapá.
Naquele dia, um dos bandidos, Manoel Messias Caldeira Gemaque Neto, de 20 anos, o Cachorrão morreu horas depois, em troca de tiros com o Bope.
Arlindo era muito querido na comunidade. Ele costumava virar a televisão para a direção da rua para que pessoas mais humildes pudessem acompanhar jogos de futebol em canais de TV por assinatura.
Várias vidas
Horas depois do latrocínio do comerciante, Bola de Fogo foi ferido a tiros em um confronto de facções rivais. Na ocasião ele ficou internado no HE vários dias até a Justiça decretar a apreensão dele, que era menor de idade à época, com 17 anos.
Pela morte de Arlindo, o infrator foi sentenciado à medida socioeducativa de internação por crime análogo a latrocínio (roubo seguido de homicídio).
Quando cumpria a medida no Cesein, sofreu a segunda tentativa de morte. Na ocasião, ele foi ferido com dezenas de golpes de estoques (arma perfuro-cortante de fabricação caseira). Quatro internos de uma facção rival teriam cometido o ataque.
À época, imagens dele desacordado em uma poça de sangue viralizaram nas redes sociais do Amapá. Bola de Fogo parecia estar morto, mas novamente a equipe médica do HE salvou a vida dele.
Um ano depois, no dia 14 de julho de 2020, no Bairro Jardim Marco Zero, na zona sul da capital, Bola de Fogo sobreviveu à terceira tentativa de homicídio. Naquela noite, dois rivais invadiram a casa dele, em uma área de pontes, e disparou várias vezes.
Mesmo ferido por cinco tiros, Bola de Fogo conseguiu correr para fora da área de ponte e invadiu uma casa para se abrigar. Depois que os atiradores sumiram, ele deixou a casa andando em busca de ajuda e foi salvo mais uma vez pela equipe do HE.