Motorista de colisão que matou Eldo quer prestar serviços comunitários, diz família

Acidente ocorreu em fevereiro deste ano, na zona sul de Macapá. Motorista está em liberdade.
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Atualizada às 16h58 de 04/07/2023

Por IAGO FONSECA

O motorista responsável pela colisão que resultou na morte do cabeleireiro e empresário Eldo Duarte, 42 anos, busca um acordo com o Ministério Público para evitar uma eventual punição mais severa. A informação é da família da vítima, que está acompanhando o processo.

Edielson Duarte, irmão do cabeleireiro, informou que a defesa do motorista Miguel Ângelo do Rosário Almeida Filho, de 40 anos, estaria oferecendo a alternativa de prestação de serviços comunitários em troca da suspensão do processo, evitando assim um julgamento da ação penal. 

Na prática, o acusado quer se livrar de um processo por homicídio doloso, o que o levaria a um júri popular com possibilidade de sentença de prisão.

O advogado que ajuda na acusação explicou à família que o inquérito policial foi concluído e aguarda encaminhamento para a justiça, enquanto o Ministério Público analisa a possibilidade de um “Acordo de Não Persecução Penal” (suspensão do processo) ou seguir adiante com a denúncia.

Eldo e Eldai: irmão atraia clientela. Fotos: Reprodução

No entanto, a família de Eldo e o advogado de acusação acreditam que essa medida não é a mais adequada para o caso, considerando as numerosas testemunhas e as imagens de câmeras que supostamente comprovariam a culpa do motorista. Por isso, estão determinados a levar o caso adiante.

“É ridículo a pessoa pagar serviço comunitário sendo que ela tirou a vida de uma pessoa”, afirmou Edielson.

Eldo era presente em sua família. Empresário de shows musicais e de um salão em parceria com seus irmãos, o cabeleireiro visitava seus pais idosos a cada dois dias para levar alimentos e acompanhar o bem-estar deles.

A simpatia e popularidade de Eldo levava ao empreendimento grande parte da clientela

“Minha mãe vive chorando pela partida do meu irmão e, agora, a gente se redobra pra cuidar dos nossos pais e ir levando a vida”, reforça.

Sendo a fonte de renda dos irmãos, o salão ainda funciona, mas a demanda diminuiu com a morte de Eldo, pois a simpatia e popularidade dele levava ao empreendimento grande parte da clientela.

Eldai Monteiro Duarte, de 41 anos, também irmão de Eldo, lembra que trabalhar com o cabeleireiro era uma alegria, mas a ausência trouxe dificuldades, pois o empresário era quem cuidava das mídias sociais e propaganda da sociedade do salão que funciona há muitos anos na Avenida Feliciano Coelho, no Bairro Trem, zona sul de Macapá.

“Trabalho ficou difícil. Tipo: agora funciona apenas uma parte do salão, a outra foi embora. Muitos clientes que ele atendia não vieram mais. Ele fazia a parte de mídia e era o que ele sempre gostava. Às vezes, fico no aguardo dele chegar, mas nunca mais chega”, lamenta.

Eldo era empresário de show e cabeleireiro

A morte de Eldo

A colisão ocorreu na manhã do dia 18 de fevereiro, na rotatória da Rodovia Josmar Chaves Pinto com a Rua Marola Gato. Era um sábado de carnaval.

Tudo foi registrado em câmeras de residências e empreendimentos próximos. Nas imagens, é possível verificar que o condutor do veículo, Miguel Ângelo do Rosário Almeida Filho, de 40 anos, avançou a preferencial, colidindo com a motocicleta guiada por Eldo.

Eldo morreu na hora. Foto: Olho de Boto/SN

Motorista olhou a vítima e foi embora. Foto: Reprodução

As filmagens mostram que o condutor desceu do veículo e se livrou do que parece ser uma garrafa verde. Quando viu Eldo no chão, fugiu do local sem chamar a emergência.

Em abril, sob entendimento do juiz José Castellões Neto, da 3ª Vara da Justiça do Amapá, de que Miguel Ângelo não oferece risco ao andamento do processo e nem à ordem pública, o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil foi negado.

Seles Nafes
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