Por CAROLINA MACHADO
Distante da terra natal e do lar, a família de Jucleide da Rocha Lima, de 40 anos, atravessa a fase mais difícil da sua vida. Esposa, marido e filho estão em Macapá em busca de tratamento para ela, que apresenta um quadro complicado de doença renal crônica e diabetes.
Ribeirinhos, eles tiveram que deixar a sua palafita na localidade de Igarapé da Ponta, no município de Breves (PA), há seis meses, e vir a capital amapaense para salvar a vida da mulher, que está extremamente debilitada e carece de necessidades básicas, como alimentação, remédios e até mesmo um local minimamente digno para uma pessoa doente dormir.
Por ter deixado o lar para trás, a família hoje mora na casa de um amigo, no Bairro Ilha Mirim, na zona norte de Macapá, que num gesto de caridade, cedeu o espaço para acolher Jucicleide, Paulo Miranda e o jovem João Vitor, de 15 anos.
Em Igarapé da Ponta, o marido era seringueiro e também trabalhava com serviços de capina e limpeza. Jucicleide cuidava da casa. O jovem João Vitor ajudava o pai a conseguir renda nas atividades externas e também a mãe com os afazeres domésticos.
Em Macapá, no entanto, como não conhecem quase ninguém, não têm conseguido arrecadar nenhum valor, por isso a situação da família começou a ficar dramática. Na geladeira, por exemplo, só há uma garrafa de óleo, bolacha, farinha de tapioca e açúcar.
Também não quase nenhum móvel na casa. Por isso, o casal e o filho dormem cada um em uma rede, na cozinha do imóvel, que é de madeira e está em condições precárias: fios elétricos expostos nas paredes e pendurados pelo teto, madeiras estragadas e precisando serem trocadas, além de reparos no telhado.
“Eles estão precisando de muita coisa. Infelizmente, não temos uma cama digna para oferecer a eles e falta muita coisa. Falta cama, roupas, alimentos, cadeira de banho, medicamentos para tratar a escara [ferida] que ela teve por ter passado muito tempo deitada. Enfim, falta muita coisa. O que a gente pode fazer, a gente faz mesmo. Mas sabemos que eles precisam muito mais”, descreveu o amigo da família, Junior Miranda, que também não possui um emprego fixo.
Dona Jucleide está bastante debilitada. Fraca, e com sintomas depressivos, ela só levanta da rede para ir ao banheiro. Durante a reportagem, ele estava se sentindo muito mal e não conseguiu dar entrevista. Enquanto o pai e o amigo da família davam as informações, João Vitor – que apresenta um semblante triste e pouco fala – ficou o tempo todo ao lado mãe, balançando a rede dele para aliviar um pouco do calor, que mesmo com o tempo nublado se estabelece no local.
“Me dá uma tristeza muito grande de ver ela assim. Antes da doença, ela era muito ativa e agora ela está nesse sofrimento”, relatou o marido Paulo Oliveira, que confessou se sentir impotente diante da situação, porque também está desempregado.
Quem quiser ajudar a família com alimentos, colchões, roupas e outras doações, pode entrar em contato com Junior Miranda pelo número (96) 9 9150-1391. Quem desejar fazer doações em dinheiro, o pix é 046.998.772-30, em nome de Junior Leite Miranda.